Tratado inicialmente como latrocínio (roubo com morte), a abordagem que terminou com o assassinato do comerciante Hergio Luiz Stenger, 51 anos, na Capital, passou a ser investigada pela 2ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre e não mais pela 10ª Delegacia de Polícia.
A partir das primeiras investigações, o delegado Abilio Olavo Andreoli Pereira, que inicialmente cogitou a hipótese de latrocínio, constatou que a dupla que abordou a vítima domingo, na Rua Jacinto Gomes, bairro Santana, na região central da Capital, não tinha a intenção de roubar.
– Não pediram nada. Chegaram atirando e foram embora – contou o delegado.
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Com isso, o inquérito ficou a cargo do delegado de homicídios Adriano Melgaço, que não passou detalhes da investigação em virtude de uma decisão da categoria dos delegados de polícia. O sindicato decidiu por unanimidade vedar que informações sejam repassadas à imprensa em forma de protesto ao parcelamento de salários dos servidores públicos estaduais.
Stenger foi baleado quando começava uma rotina que repetia havia mais de 20 anos. Diariamente, o comerciante saía de casa no início da madrugada para ir à Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa) comprar os produtos que abasteceriam as bancas de verduras que gerenciava no centro da cidade.
Na noite de domingo, por volta de 23h30min, o comerciante foi abordado por duas pessoas, que dispararam contra sua cabeça e fugiram do local sem levar nada. Stenger foi encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro, mas não resistiu ao ferimento e morreu horas depois. O comerciante deixa dois filhos, de 29 e 26 anos, fruto de um primeiro casamento, e aguardava o nascimento do terceiro.