Nesta sexta-feira, servidores da segurança pública deram início a uma operação-padrão em protesto ao parcelamento dos salários no Rio Grande do Sul. Estão restritos serviços da Polícia Civil, Brigada Militar, Instituto-Geral de Perícias (IGP), Corpo de Bombeiros e Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Na prática, a operação-padrão tem poucos efeitos imediatos para a população, uma vez que os atendimentos emergenciais seguem normalmente. Os agentes da Polícia Civil, por exemplo, só devem se negar a registrar nas delegacias ocorrências sem gravidade, como perda de documentos, que podem ser comunicadas pela internet.
– Não iremos prejudicar a população mais do que ela já vem sendo com a falta de segurança no Estado – garantiu o presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Estado (Ugeirm), Isaac Ortiz.
A mobilização ocorre no dia em que o Piratini deve depositar R$ 650 na conta dos servidores, chegando ao oitavo fatiamento de vencimentos no governo de José Ivo Sartori.
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A mobilização deve interferir ações realizadas fora do horário de expediente – à noite e durante a madrugada – porque flagrantes, mandados de busca e de prisão só devem ser cumpridos com participação dos delegados. O principal impacto promete ser nas operações criminais que, se depender do sindicato dos policiais civis, não serão realizadas até que se regularize a folha salarial.
Já na Brigada Militar (BM), os policiais não devem deixar os quartéis sem que os instrumentos de trabalho – como viaturas, armamento e coletes – estejam nas condições de segurança adequadas, o que pode reduzir o número de policiais nas ruas.
– O Piratini não prioriza quem está na rua – protesta Leonel Lucas, presidente da Abamf, entidade que representa os servidores de nível médio da BM.
Os servidores da segurança pública também convocaram uma paralisação para o dia 4 de agosto. Nesta sexta-feira, a partir das 11h, os funcionários estarão em frente ao Palácio Piratini para exigir o agendamento imediato de uma reunião com Sartori. Os sindicatos orientam os funcionários que atuam no interior do Estado a realizar, no mesmo horário, uma ação em frente às prefeituras de seus municípios.