A Polícia Civil prendeu mais dois agentes da Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) de Alvorada por extorsão de presos e de familiares. A dupla, que fazia plantões nos mesmos dias, é apontada por cobrar R$ 1 mil para liberar pessoas detidas. As informações são do blog Caso de Polícia.
Sob ameaça de ter um parente levado para o Presídio Central, familiares de um preso pagaram R$ 800 aos dois policiais. Eles foram detidos no fim de semana, mas a divulgação foi na manhã desta segunda-feira. Em junho, um delegado e outros dois agentes também foram presos pelo mesmo motivo.
O delegado Marco Antônio Duarte de Souza é o responsável pelas investigações, que também contaram com apoio do Ministério Público. Segundo ele, a dupla que foi presa agora cometeu a extorsão no dia 22 de maio deste ano. Já os outros três policiais cometeram a irregularidade há três meses. No entanto, outro inquérito foi instaurado contra eles para apurar dois novos casos. Em um deles, o trio está sendo indiciado nesta segunda-feira por cobrar R$ 1,5 mil para soltar em janeiro deste ano um preso.
– Acreditamos que estes três policiais desviavam entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por plantão – afirma o delegado Marco de Souza.
O delegado e os dois agentes recebiam ajuda de uma advogada e de um ex-PM, também investigados. Eles eram os responsáveis por fazer a cobrança e o contato direto com os familiares dos presos.
As investigações começaram há cerca de três meses e os alvos eram dois plantões na DPPA de Alvorada. Os detidos eram encaminhados para a zona de plantão, onde os policiais avaliavam a capacidade econômica dos criminosos e passavam a estabelecer as cobranças indevidas, o que configura extorsão. A abordagem ocorria dentro da delegacia e se estendia até o lado de fora do prédio. Em alguns casos, a negociação ocorria até em casas dos familiares dos presos. Os valores cobrados inicialmente eram de R$ 5 mil, mas sempre terminavam recebendo quantias abaixo de R$ 2 mil.
Os crimes apontados são concussão, que é exigir para si ou para outrem dinheiro ou vantagem em razão da função, organização criminosa, violação de sigilo profissional e usurpação da função pública. Eles também responderão por improbidade administrativa.
* Rádio Gaúcha