O ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, prestou depoimento na tarde desta quinta-feira (30) à 2ª Vara Federal de Canoas. Réu em uma ação de improbidade administrativa, ele é acusado de receber R$ 3,9 milhões para favorecer a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).
Padilha falou por aproximadamente duas horas através de videoconferência e negou todas as irregularidades.
Ao responder aos questionamentos do juiz Felipe Leal, o ministro disse que atuou durante cinco anos como consultor da Ulbra, trabalhando também como conselheiro do ex-reitor Rubem Becker e assessor do programa de ensino à distância da universidade. Contudo, garantiu jamais ter confundido as atividades de parlamentar e consultor. Também assegurou ter sido remunerado apenas pelos serviços prestados.
Para o Ministério Público Federal (MPF), Padilha obteve "enriquecimento ilícito" ao representar "interesses privados em troca de benefícios pessoais". As acusações se referem ao período em que o político era deputado federal.
A partir de 2009, a investigação levantou indícios de que Padilha criou duas empresas para atender exclusivamente à Ulbra: Fonte Consultoria e Assessoria Empresarial e a Rubi Assessoria e Participações.
Além dos pagamentos, o ministro também teria recebido bolsas de estudos. O MPF apurou que os benefícios foram concedidos sem obedecer aos requisitos legais e repassados a pessoas indicadas por Padilha.
Além do ministro e das duas empresas das quais ele é sócio, também são réus o ex-reitor da Ulbra, Ruben Becker, e o empresário Luiz Alberto Verza da Rosa.