Três meses após ter sido sequestrado ao chegar no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, um motorista de 58 anos relatou à reportagem da Gaúcha momentos de terror ao ficar em poder de dois bandidos por mais de quatro horas. O crime ocorreu no dia 10 de março. Na última sexta-feira, uma funcionária da Infraero foi rendida no mesmo local, e encontrada morta em um matagal.
A vítima, que conduz um veículo para transporte executivo, foi abordado ao entrar no terminal para buscar um passageiro. No entanto, ele não chegou a encontrar o cliente.
"Por volta das 18h eu sai do carro e fui abordado por dois homens armados que me colocaram no banco de trás", relatou o homem, que pediu para não ter o nome divulgado por medo de represálias.
Cerca de duas horas depois de ser sequestrado, ele foi colocado no porta-malas do carro. Bateu a cabeça na tampa traseira nesse momento. Após mais de duas horas, sentiu o carro parar e teve a ordem para sair do veículo. Um dos criminosos mandou a vítima não olhar para seu rosto.
"Tentei manter a calma e acalmar eles, porque eles estavam muito agitados", conta, destacando que ambos aparentavam ter cerca de 20 anos.
Ele desceu em um matagal da cidade de Campo Bom e teve que andar cerca de um quilômetro até uma casa onde conseguiu usar o telefone e pedir socorro. O carro dele não foi mais localizado.
Violência
De acordo com a Brigada Militar (BM), roubos de estepe na região do Aeroporto Salgado Filho não são uma novidade. No entanto, casos de sequestro são raros.
"Fazemos a ronda normal com as patrulhas do Bairro Anchietano e da região", relata o comandante do 11° Batalhão da Brigada Militar, tenente-coronel Regis Rocha da Rosa.
Ele conta que há alguns anos havia um posto da Brigada Militar no próprio Aeroporto. No entorno, hoje a estrutura está fechada.
A Infraero afirma que não pode fazer a segurança de áreas externas ao terminal.