A polícia chegou à conclusão de que o sequestro do ex-secretário de Saúde de Júlio de Castilhos, Maurício Rodrigo Barbieri Sarzi Sartori, foi uma história inventada. Ele foi apontado como autor de falsa comunicação de crime.
Em dezembro do ano passado, Maurício registrou ocorrência afirmando que foi feito refém por bandidos em Santa Maria. Segundo o registro, ele foi atacado por quatro criminosos em motocicletas no Parque Alto da Colina, em Camobi, e obrigado a dirigir até Silveira Martins. A caminhonete que ele dirigia foi encontrada completamente queimada a cerca de um quilômetro e meio do local onde ele teria sido deixado pelos bandidos.
Segundo o delegado regional Sandro Meinerz, responsável pela investigação, a história é ilógica, já que ele teria sido sequestrado e tido o carro roubado apenas para que fosse colocado fogo no veículo. Foi percorrido todo o trajeto apontado pelo ex-secretário e não foi encontrado nenhum indício de que o sequestro tenha ocorrido. A polícia suspeita que o ex-secretário queria o seguro do carro, mas, à Justiça, ele foi apontado apenas como autor de falsa comunicação.
À reportagem, Maurício disse que não foi informado pela polícia, nem pela Justiça, e que tem um advogado cuidando do caso. Ele afirmou que não conseguiu o seguro do carro, já que depende de liberação. O ex-secretário sustenta a história inicial, e disse que aguarda comunicação. A polícia afirma que o advogado já foi informado.
Ainda não há cadastro no Fórum de Santa Maria, o que significa que o caso não foi encaminhado a nenhuma Vara que ficará responsável pelo processo. Se achar necessário, o Ministério Público oferece denúncia, e o ex-secretário responde pelo crime de falsa comunicação. A polícia elaborou um termo circunstanciado, que é a conclusão do inquérito. Nestes casos, geralmente é feita transação penal, e o responsável tem penas mais brandas. Segundo o delegado, ele pode ter de cumprir detenção, mas é improvável.