Impressões digitais são a principal pista da Polícia Civil para capturar o homem que assaltou e matou o publicitário Lairson José Kunzler, 68 anos, na tarde de segunda-feira, na zona sul de Porto Alegre.
O criminoso deixou marcas de dedos ao abrir a porta do Civic da vítima e pegar um malote com cerca de R$ 40 mil que o publicitário tinha recebido minutos antes em um banco no bairro Moinhos de Vento.
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Os fragmentos de impressões estão sendo comparados com digitais de criminosos armazenadas no banco de dados do Instituto-geral de Perícias (IGP) para tentar identificar o assaltante que fugiu na carona de uma motocicleta.
- Encontramos digitais do bandido no carro da vítima. Essa, para nós, é a grande arma para identificar os suspeitos - disse a delegada Áurea Regina Hoeppel, titular da 6ª Delegacia da Polícia Civil da Capital (Vila Assunção).
Além deste trabalho, a delegada também busca imagens gravadas por câmeras de seguranças do banco e das ruas, para chegar ao nome do bandido. Os ladrões perseguiram a vítima desde a saída da agência do Itaú na Rua Hilário Ribeiro até a entrada do Condomínio Jardim do Sol, no bairro Cavalhada, onde Kunzler morava e foi atacado. As cenas também poderão ajudar a identificar a placa da moto usada pela dupla. Sabe-se que era uma Titan preta, 125 cilindradas. As gravações mostram que o ataque ao publicitário ocorreu às 12h23min54s.
As imagens dentro do banco são importantes para esclarecer as circunstâncias do atendimento a Kunzler e se ele foi seguido a partir da agência. O publicitário teria sido recebido em um setor em separado e, perto dali, três pessoas estariam diante de um caixa. Assim que Kunzler pegou o dinheiro, um homem, que seria o segundo na fila, teria abandonado o local, sem esperar pelo atendimento.
"Olheiro" dentro de banco teria ajudado os assaltantes
O publicitário não era correntista, mas foi até o banco para trocar cheques por R$ 40 mil, correspondentes à parcela da venda de uma fazenda no limite entre a Capital e Viamão. Não havia data prevista para esse pagamento, mas Kunzler teria sido avisado de que o dinheiro estaria disponível no final da manhã de segunda. Por isso, a vítima adiou, por telefone, o encontro para um almoço no Centro com um primo, o advogado Fernando Magnus, que acabou não acontecendo.
- Ele não iria a trocar a vida por dinheiro. Tentou fugir (do ataque) porque deve ter entrado em pânico - disse Magnus após o sepultamento do primo, às 16h de ontem, no Cemitério São Miguel e Almas, na Capital.
A delegada Áurea tem certeza de que se trata de um caso de latrocínio (roubo com morte) no qual os criminosos visavam ao dinheiro da vítima, abastecidos por informações privilegiadas. No meio policial, o crime é conhecido como "saidinha de banco", no qual bandidos frequentam agências bancárias, observando a movimentação de clientes que sacam valores expressivos e, depois, avisam comparsas que perseguem as vítimas para roubar o dinheiro.
Áurea acredita que um "olheiro" estava dentro da agência observando Kunzler. O que ela tenta descobrir é como o homem sabia o momento em que o publicitário estaria no banco.
- Atravessamos a madrugada trabalhando. Este caso é prioridade máxima - garantiu.
Na manhã de ontem, a delegada divulgou novas imagens registradas pelo circuito interno de TV do condomínio onde Kunzler morava. À tarde, três vigias do Jardim do Sol foram ouvidos. Um familiar também prestaria depoimento.
*Colaborou Roberto Azambuja