Durou cerca de 2h30 o depoimento da diretora da Escola Oscar Pereira, de Porto Alegre, Ana Regina Jardim, na Delegacia Fazendária, no Palácio da Polícia. Ela encaminhou, aos delegados que estão à frente da Operação Kilowatt, documentos sobre reformas e serviços feitos no colégio e informou sobre reparos incompletos.
A diretora explica quais foram esses documentos. "São atas da escola, registrando junto à empresa, e junto à Secretaria de Educação o nosso descontentamento com a obra, da maneira que ela estava sendo conduzida. Nós víamos, por exemplo, a situação dos banheiros: a pintura interna foi feita antes da troca do piso. Isso demandou refazer a pintura. Tudo isso foi registrado por nós em documentos da escola, entregues à Secretaria da Educação, e agora entregues à delegacia"
Apenas a diretora foi ouvida na tarde desta segunda-feira (13). Ao longo da semana estão previstos novos depoimentos. O delegado Daniel Mendeslki explica quais serão os próximos passos da investigação:
" Nós vamos continuar ouvindo algumas pessoas, testemunhas ou pessoas envolvidas, e os próximos passos serão a análise total da documentação apreendida, e provas técnicas que serão entregues aos órgãos competentes, IGP e Departamento de Criminalística, tão logo estejam elaborados os ofícios, o que deve acontecer entre hoje e amanhã.
A princípio, estavam previstos oito depoimentos esta semana, entre investigados e testemunhas, mas, segundo o delegado Mendelski, o número de investigados está aumentando. Nesta terça-feira (14), apenas testemunhas devem ser ouvidas. Enquanto isso, equipes da Delegacia Fazendária seguem realizando diligências em pontos da Região Metropolitana.
Entenda o caso
A Operação Kilowatt foi deflagrada no dia 9 de janeiro e desarticulou um suposto esquema de desvio de recursos em obras públicas do Estado. No total, oito pessoas foram presas pela Polícia Civil - quatro empresários e quatro servidores do governo. Todos foram liberados após prestarem depoimentos.
A investigação encontrou irregularidades em pelo menos seis obras, orçadas em R$ 12 milhões. Segundo a polícia, foi constada a existência de superfaturamento e pagamento de serviços não executados, cuja conclusão era atestada por um fiscal encarregado de auditar a obra.
Os servidores envolvidos foram afastados pelo governo gaúcho - assim como três diretores da Secretaria Estadual de Obras e um diretor da Secretaria Estadual da Educação, também investigados. Duas empreiteiras estão ligadas ao esquema, e outras cinco têm contratos suspeitos.