A polícia do Rio de Janeiro ocupou neste domingo o complexo de favelas do Lins, na zona norte da cidade, em mais uma etapa do processo de pacificação nas comunidades dominadas pelo narcotráfico. No total, 370 oficiais da Polícia Militar, apoiados por fuzileiros da Marinha em blindados, entraram nas favelas do complexo pouco depois das 6h.
A operação transcorreu sem troca de tiros. Depois de entrar no complexo, a polícia começou a revistar casas e interrogar suspeitos.
No conjunto de favelas, que tem população estimada de 15 mil pessoas, será instalada a 35ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que passam por um momento de críticas por denúncias de corrupção e tortura na Rocinha, a maior favela do Rio.
Esta semana, dez policiais foram presos acusados de terem torturado até a morte o pedreiro Amarildo de Souza e depois ocultado o corpo. Segundo a investigação da Polícia Civil, Amarildo foi uma das 23 pessoas torturadas para a obtenção de informações sobre o tráfico na região. O "caso Amarildo" provocou muitos protestos contra o governador Sérgio Cabral. Durante a semana, dois suspeitos de narcotráfico foram mortos no Lins em confrontos com a polícia prévios à pacificação.
A criação das UPPs é parte do esforço do Rio de Janeiro para melhorar a situação de segurança antes da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.