O grupo Fazer o Certo fará uma intervenção artística na terça-feira (13), em frente à Alerj. A produtora cinematográfica Paula Lavigne também compareceu ao ato, em apoio ao movimento.
O Dia dos Pais foi também de protesto na Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro. Filhos de Amarildo, artistas e vítimas da violência participaram do ato organizado pela Anistia Internacional e o Grupo Fazer o Certo que cobrou explicações sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Sousa, há 28 dias. Com a faixa "Onde está Amarildo?" a manifestação contou com o apoio do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj.
Freixo defendeu que o caso de Amarildo faz parte de um "histórico de truculência muito forte contra as comunidades mais pobres, de tantos desaparecidos sem resposta, esquecidos e invisíveis". O deputado citou a manifestação de artistas e do ator Wagner Moura, no Festival de Cinema de Gramado, cobrando das autoridades uma solução para o caso.
- Eu acho que esses formadores de opinião, a sociedade civil organizada, todo mundo tem que trabalhar à luz do que sociedade quer construir para a gente - disse.
Amarildo desapareceu no dia 14 de julho, quando foi levado por policiais para a Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha, onde mora a família. Para o diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil, Átila Roque, o caso Amarildo sintetiza décadas de experiência em que os territórios das favelas foram tratados como territórios de exceção e disse que a mobilização nacional e internacional para exigir uma resposta sobre o que ocorreu com Amarildo exerce uma pressão que não será ignorada.
Na quinta-feira passada (8), Roque participou de encontro com os ministros Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, e José Eduardo Cardozo, da Justiça, com o secretário-geral da Anistia, Salil Shetty, que estava em missão no Brasil, durante o qual se falou da necessidade de o governo federal "se necessário, assumir a responsabilidades sobre o que aconteceu com o Amarildo".
A atriz Thayla Ayala, do grupo Fazer o Certo, ressaltou que o desaparecimento de Amarildo é mais um caso.
- Tem 5,6 mil pessoas desaparecidas no Rio de Janeiro, somente este ano. Muitos casos de Amarildo. A gente veio aqui juntar forças e mostrar que o povo não está tão acomodado nem tão cego assim com a Justiça - disse a atriz.
- É o mínimo que a gente pode fazer, porque Amarildo não é o primeiro, nem o único. Mas estamos torcendo para que seja último - disse.