Após mais de cinco meses de investigações, o Ministério Público Estadual responsabilizou quatro bombeiros e isentou servidores da prefeitura de Santa Maria no inquérito civil que apurou supostas irregularidades na concessão de alvarás para a boate Kiss.
O prefeito Cezar Schirmer também foi excluído. O incêndio, em janeiro deste ano, matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos. Foram denunciados por improbidade administrativa Altair de Freitas Cunha e Moisés da Silva Fuchs, ex-comandantes do quarto Comando Regional do Corpo de Bombeiros, e Daniel da Silva Adriano e Alex da Rocha Camilo, ex-chefes da seção de prevenção de incêndios do 4º Comando.
O Ministério Público investigou dois documentos: o alvará dos bombeiros, emitido em 2009, e o alvará e localização, expedido em abril de 2010, meses após a inauguração da casa noturna. O promotor criticou o uso do software que concentrava informações sobre as edificações e projetos de Plano de Prevenção contra Incêndio. Também foi citada a falta de preparação dos bombeiros para fazer inspeções em Santa Maria.
Participaram da entrevista o promotor Maurício Trevisan, o subprocurador-geral de Assuntos Institucionais do Ministério Público, Marcelo Dornelles, e a promotora Ivanise de Jesus. O documento tem nove volumes e mais de 1,7 mil páginas.