Exercitar-se durante a gestação pode proteger os filhos de problemas neurológicos, de acordo com um estudo realizado na UFRGS. As atividades ajudaram a prole a reduzir o déficit cognitivo e diminuir uma lesão característica da falta de oxigenação durante o parto, a hipóxia-isquemia.
Conduzido pelo neurocientista Eduardo Sanches em parceria com Luz Elena Carabali, o trabalho analisou 12 ratas fêmeas, que foram divididas em dois grupos. Um praticou 20 minutos de natação diária ao longo dos 21 dias de gestação. O outro ficou em uma caixa. Após o nascimento, alguns filhotes foram submetidos a uma lesão cerebral – uma artéria dos animais foi obstruída para limitar o oxigênio do cérebro. Com isso, os pesquisadores conseguiram comparar os efeitos da atividade física materna no cérebro dos filhos.
Por meio de testes comportamentais e bioquímicos, foi evidenciado que aqueles nascidos de mães ativas têm o sistema nervoso central mais preparado para responder a danos.
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– O que os estudos em roedores vêm demonstrando é uma diferença entre os encéfalos de filhotes de mães sedentárias e das que praticam atividades aeróbicas. Nossa pesquisa mostra que o exercício ajudou a preparar o cérebro para reagir de forma eficiente quando acontece uma lesão – diz Sanches.
O achado corrobora com outras investigações que vem sendo feitas sobre o tema e que atestam que se exercitar na gestação traz uma série de benefícios tanto para a mãe quanto para os filhos.
Todos os experimentos foram realizados entre 2014 e 2015 nos laboratórios do Departamento de Bioquímica da Universidade. Este ano, os resultados foram publicados na Pediatric Research, revista do grupo Nature.