Se nosso corpo fosse um aparelho celular, o cérebro seria a antena, e os nervos que saem coluna afora seriam as ondas pelas quais a voz viaja até chegar ao outro lado da linha. Como se sabe, qualquer bloqueio nesse sinal prejudica a mensagem final. A analogia serve para ilustrar o que acontece toda vez que a coluna está fora do prumo: o corpo perde a conexão com o emissor dos sinais e pode apresentar os mais diversos sintomas.
Tratar desses desajustes é uma das funções da quiropraxia, área especializada em coluna e articulações. A prática melhora a comunicação, removendo as interferências entre o cérebro e o corpo, explica o quiropraxista Kleber Fontolan.
Como esse alinhamento traz o alívio das dores, a especialidade tem sido recomendada para as futuras mamães que, com o crescer da barriga, têm o centro de gravidade alterado e são acometidas por essas sensações em diversas partes do corpo. Além disso, a gestação libera um hormônio chamado relaxina, que relaxa os ligamentos da bacia para melhor o encaixe do bebê e auxilia na hora do parto.
– Mas esse relaxamento contribui para o desalinhamento articular – pondera Fontolan.
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Técnica não tem contraindicações
Deitada com a barriga de oito meses para cima, a psicóloga Paula Borges da Costa Bernardes ouve com tranquilidade a infinidade de estalos que saem da sua coluna. Adepta da quiropraxia desde o quinto mês de gestação, ela afirma que só melhorou das dores na lombar depois do tratamento:
– Não conseguia me sentir confortável nem sentada nem deitada. O melhor era em pé. Mas, devido à minha profissão, fico muito tempo sentada.
Por indicação do marido, Paula iniciou a quiropraxia e sentiu os resultados logo na primeira sessão, com alívio das dores. Ela pretende manter a técnica pelo máximo de tempo que conseguir, inclusive para auxiliar no parto normal.
Sem contraindicações, a quiropraxia pode beneficiar de recém-nascidos a idosos. Embora a recomendação seja de sessões semanais para ajuste do corpo com espaçamento mensal para manutenção, Fontolan observa que as pessoas só buscam a técnica para momentos em que estão com dores.
– Quando a articulação sai um pouquinho do lugar, faz com que os ligamentos e os músculos daquela região se contraturem para tentar se estabilizar, então gera dor. Essas contraturas sobrecarregam as articulações e podem irritar a raiz nervosa, atrapalhando a comunicação do cérebro com diferentes partes do corpo – explica o profissional.
Reflexos desse descompasso são desde alergias até problemas de pressão arterial, por exemplo.