Uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Cardiologia mostra que 67% das pessoas desconhecem os valores atuais de colesterol no próprio organismo. Ter o colesterol alto é um dos fatores de risco que levam a doenças cardiovasculares, muitas vezes silenciosas. O colesterol está naturalmente presente no corpo de qualquer indivíduo e é importante para alguns processos, como a formação de membranas celulares e até mesmo na produção de alguns hormônios. É uma substância que pode ser tanto produzida pelo próprio organismo quanto também pode ser adquirida através do consumo de alguns tipos de alimentos de origem animal, como carnes, ovos e leite.
O problema se dá quando há excesso da substância no organismo. O colesterol pode se acumular nas artérias causando estreitamento e até mesmo entupimento delas. O processo pode causar dificuldade de circulação, infarto ou acidente vascular cerebral (AVC) - os dois últimos estão entre as principais causas de morte em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde 300 mil pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças cardiovasculares.
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O LDL elevado, o chamado colesterol ruim, é um dos principais fatores de risco, assim como a obesidade, o tabagismo e o sedentarismo. Um exame laboratorial pode acompanhar os valores do colesterol.
– Conhecer o nível de colesterol é obrigatório para quem tem mais de 50 anos e para aqueles com menos de 50 que têm histórico de diabetes na família, que fumam, que têm vida sedentária – alertou o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, regional do Rio de Janeiro, Carlos Peixoto.
Segundo o médico, o controle da alimentação é essencial para manter o em colesterol níveis aceitáveis, além da prática regular de exercícios físicos.
Alimentação
O cuidado com a alimentação está entre as principais forma de controlar o chamado colesterol ruim no corpo.
De acordo com a professora Raquel Botelho, do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB), o colesterol vem de produtos de origem animal, como carne, leite e ovos. Está presente na gordura desses produtos. Raquel destaca a pele do frango como um dos produtos com maior concentração de colesterol ruim:
– Tem que comer preferencialmente o frango sem a pele. A pele do frango ganha de todos [os demais produtos]. É um produto barato, que as pessoas acabam preparando com a pele. O ideal é assar e fritar depois de retirar a pele, porque senão parte derrete e entra na carne – recomendou.
O porco, antes tido como um dos principais vilões não está entre os que contribuem com taxas mais altas, disse a professora. Ela destaca, além das carnes, o leite e derivados como fonte de colesterol.
– Queijos mais curados, como o provolone, têm maior concentração de gordura, ao contrário dos mais frescos.
Além do colesterol ruim, há também no organismo o colesterol bom (HDL), que tem produção estimulada por alguns alimentos, como abacate e castanhas:
– O HDL vem recolhendo esse colesterol [ruim] que ficou nas artérias, se tem baixa desse colesterol, o que esta em excesso vai acumulando e vai reduzindo o tamanho das artéria.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o ideal é ter um total de colesterol inferior a 200mg/dL de sangue. O bom colesterol deve estar acima de 35 mg/dL e o mau ( LDL), abaixo de 130 mg/dL de sangue.