Há uma semana, o outono começou oficialmente no Hemisfério Sul. Com ele, vem a promessa de dias mais agradáveis, com temperaturas mais baixas ao amanhecer e anoitecer. Mas além dos termômetros mais amenos, a nova estação traz uma série de doenças, especialmente relacionados ao sistema respiratório.
Explicações para esse aumento não faltam: frio, tempo mais seco e menos chuva são algumas delas
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– Quando é mais frio, nossa imunidade fica alterada. Com a falta de chuva, aumenta a poluição e, por fim, o ar mais seco irrita as mucosas das vias aéreas – explica o professor de pneumologia José Jardim, da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP.
Outro motivo para esses índices é o aumento das aglomerações. Com a queda das temperaturas, as pessoas ficam mais confinadas em ambientes fechados, onde as viroses se propagam com mais facilidade.
Muito comum neste período do ano é o aparecimento dos sintomas de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), desencadeada em 80% dos casos pelo cigarro e caracterizado por inflamação dos brônquios e destruição das paredes dos alvéolos, provocando tosse, catarro e falta de ar.
– No Sul, os pacientes com DPOC ficam mais tempo e com mais frequência no hospital. Atribuímos isso à temperatura – afirma Jardim. Evitar esta doença passa, diretamente, por não fumar ao longo da vida.
Além da DPOC, asma e rinite são outros problemas que também aparecem com o frio, embora sejam consideradas doenças "do ano todo". De acordo com Jardim, a melhor medida para prevenir as crises é antecipar o tratamento:
– Se a pessoa tem crises todos os invernos, é bom que fale com o médico para começar a usar corticoide inalatório.
Outras alternativas são evitar aglomerações, idosos devem fazer a vacina contra a gripe e manter as medidas de higiene básica como tossir tapando a boca com um lenço e lavar bem as mãos.