Fofinho aos olhos de alguns tutores, o excesso de peso em gatos pode mascarar diversos problemas de saúde. Diabetes, artrose, síndrome metabólica e constipação são a complicações mais comuns em animais obesos – aqueles que têm mais de 50% de gordura corporal.
Embora não existam dados sobre o problema no Brasil, especialistas estimam a doença atinja 40% dos gatos no país. Na Europa e nos Estados Unidos, a prevalência varia entre 24% e 44%, conforme a médica veterinária da PremieR pet, Keila Regina de Godoy.
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Explicações para o problema não faltam. Uma delas é a castração, que altera o metabolismo do animal, deixando-o predisposto ao acúmulo de gordura. Mas, após a esterilização, os gatos tendem a ficar mais infantis e brincalhões.
– Isso pode ser usado isso a favor do controle de peso – sugere a veterinária Carolina Casarin, especialista em felinos.
Viver confinado em espaços pequenos, como apartamentos, é outro fator que contribui para a inatividade dos animais e, consequentemente, para o ganho de peso. Na natureza, os gatos costumam percorrer longas distâncias para caçar ou fugir de predadores. No ambiente doméstico, eles passam boa parte do dia sem se movimentar.
Outra situação comum é o erro de interpretação dos donos em relação a alguns sinais dos pets. Conforme Carolina, muitos proprietários oferecem comida ao bicho assim que chegam em casa e são recebidos com miados. Com isso, o animal relaciona o ato de miar a comida, que é percebida como recompensa.
– Ele pode só querer carinho, ser escovado ou receber outra forma de afeto – explica a veterinária.
Como têm uma vida baseada em rotinas diárias, é bastante complicado mudar determinados comportamentos dos felinos. Hábitos como alimentá-los na volta do trabalho devem ser substituídos por brincadeiras ou carinho. O costume de dar restos de comida humana aos animais também deve ser evitado.
A máxima de que é melhor prevenir do que remediar é de extrema importância quando o assunto é obesidade dos gatos. Submeter o animal a dietas com poucas calorias ou ao jejum pode provocar outros prejuízos.
– Isso pode desencadear a degeneração gordurosa do fígado, um processo denominado lipidose hepática. É um problema sério e pode levar a morte – alerta Keila.
Quando o assunto é prevenção, a melhor saída é controlar a alimentação e promover brincadeiras que estimulem o animal. Utilizar varinhas, bolinhas e instalar prateleiras são algumas dicas para exercitá-lo. A veterinária Carolina também sugere dar voltas na mesa antes de servir a ração ou mesmo servi-la em um cômodo mais distante para que o animal caminhe.
Sem a prevenção, a única saída é utilizar rações com redução de calorias indicadas por um veterinário.
– Diminuímos os níveis de gordura e aumentamos as proteínas para garantir o emagrecimento sem perder massa muscular – diz a veterinária e coordenadora de Comunicação Científica da Total Alimentos, Bárbara Benitez.