No último mês, um dos artigos campeões de acessos no meu blog (o Café Viagem) foi sobre uma festa de rua animadíssima que se aproxima. Não se trata de Carnaval, mas, sim, de um evento ímpar na serra gaúcha que chega a sua sétima edição em 17 de março, juntamente com o encerramento da vindima (outra festa singular!). Prepare a fantasia.
Já ouviu falar do Garibaldi Vintage? Em outubro de 2016, tive a oportunidade de conferir essa festa que ocorre na Capital Brasileira do Espumante. Voltei encantada. Só não escrevi no dia seguinte uma coluna em ZH sobre Garibaldi porque queria ter certeza da data da próxima edição, que se confirmou recentemente (só acontecem duas por ano!).
O evento foi criado em 2014 pela Secretaria de Turismo e Cultura. Tem como palco uma rua antiga e impecavelmente revitalizada com fios subterrâneos: a Buarque de Macedo. Entre prédios com fachadas centenárias e um clima completamente retrô, a rua se fecha para os pedestres e une em uma só noite o melhor da gastronomia local, música, carros antigos, fantasias da época, espumantes e cervejas artesanais. Um borbulhante encontro entre o passado e o presente.
Cada chef ou vinícola decora sua tenda com flores, luzinhas e muito bom gosto. Provei o choripan de Rodrigo Bellora do Vale Rústico, o polpetone de Altemir Pessali do Primo Camilo, o baguete com carne e gorgonzola da Hostaria Casacurta e as trufas da Devorata.
As mesas são disputadíssimas entre grupos de amigos e famílias. Meu conselho é: chegue cedo para garantir a sua. Se bem que, se for a sua primeira vez, como foi a minha, vai ser difícil ficar sentado. O olhar curioso se perde facilmente pela multidão, ora focado na rodinha das crianças em frente à banda Daltons Blues, ora radiante diante da pista de dança com senhoras faceiras em frente a uma loja, ora admirando a Orquestra Jovem de Garibaldi que sai tocando pela calçada em meio ao povaréu.
O que impressiona é que, mesmo com tanta oferta de bebida alcoólica, não se vê uma confusão ou briga. Eis um dos diferenciais do Garibaldi Vintage que o torna tão único: o público é contagiante e civilizado. Elegante como a bebida que dá o título à cidade.
A última edição reuniu por volta de 15 mil pessoas no coração do Centro Histórico e a colaboração de São Pedro em uma noite exemplar de lua cheia. A verdade é que, para receber mais gente, o evento teria de durar o dia inteiro, pois já está no seu limite de público.
Por fim, para combinar com a atmosfera da festa e da fantasia, sugiro um hotel de 1953 que vem sendo restaurado sem perder seu charme e autenticidade, o Casacurta. Neste mês, eu estava por lá com a família, comemorando os 70 anos do meu pai (festa do "Edu Vintage!"). Além dos inúmeros brindes que fizemos, apresentei a ele alguns dos motivos que me fazem ser tão apaixonada por essa região dos vinhedos entre Bento e Garibaldi. Mas essa já é outra história, outra coluna. A gente se vê no Garibaldi Vintage.