Entrar em uma ótica é um convite para se perder entre os mais diversos tipos e formatos de armações e lentes. Mas será que você sabe escolher aquelas que realmente ajudam a sua visão? Aparentemente fácil, a tarefa requer cuidado com alguns detalhes que podem fazer dos óculos um sucesso ou um completo fracasso.
– É preciso encontrar uma armação que seja proporcional à face. Se os óculos não estiverem ajustados no rosto e com o centro óptico no eixo visual, não serão funcionais – explica a coordenadora de oftalmologia do Hospital Moinhos de Vento, Caroline Fabris.
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Por isso, ao escolher uma armação, é importante consultar um óptico, especialista apto para indicar os melhores formatos para cada pessoa.
– Dependendo do modelo da lente e da tecnologia usada nela, o desenho da armação tem um papel fundamental. Por isso, é necessário fazer uma escolha adequada para extrair o melhor desempenho que a lente oferece – diz a médica.
Veja o que você deve levar em consideração na hora de escolher os óculos.
Materiais das lentes
Orgânicas: são feitas de policarbonato (plástico), o que as torna mais leves, finas e resistentes a impactos. Indicadas para corrigir todos os problemas relacionados à visão. São ótimas para crianças.
Cristal: como o nome diz, são feitas de cristal e já caíram em desuso. São as famosas lentes "fundo de garrafa". São pouco seguras, pois são sensíveis a quedas e impactos, além de mais pesadas que as versões em policarbonato.
Tipos de lentes
Simples: corrigem os problemas isoladamente: só miopia, só astigmatismo ou só hipermetropia
Multifocal: têm um corredor óptico onde há progressão dos graus. A parte superior ajuda na visão para longe, o centro auxilia a visão intermediária e a parte inferior é destinada para corrigir problemas de visão para perto
Particularidades das lentes
Antirreflexo: recebem um tratamento na superfície para reduzir os reflexos indesejados da luz.
Liporrepelente: reduz a aderência da gordura na lente, o que facilita o manuseio.
Hidrorrepelente: facilita o processo de limpeza e repele líquidos como suor, por exemplo.
Antiabrasivo: evita riscos nas lentes.
Antiestático: não deixa grudar poeira.
Proteção UV: esta proteção não é opcional, pois todas devem contar com proteção contra este tipo de radiação.
Armações
– As mais comuns são de acetato. Elas são bastante resistentes e algumas são mais flexíveis, não deformando se forem dobradas.
– Também há as opções metálicas, geralmente feitas com titânio. Pessoas com alergia a níquel devem verificar se o elemento não está presente nas ligas dessas armações.
– Para as crianças, armações siliconadas ou emborrachadas são boas opções, pois são maleáveis e oferecem menor risco de trauma.
Relação espessura da lente x graus
– Lentes para hipermetropia são mais espessas no centro.
– Lentes para miopia são mais espessas na periferia.
– Quanto maior o grau do paciente, maior será a espessura da lente. Isso é o que provoca o efeito "fundo de garrafa" nos óculos, pois causa uma distorção dos olhos para quem vê de fora. A solução para este problema seriam as lentes asféricas, que são mais finas e planas.
Problemas que podem ser corrigidos com uso de óculos
Miopia: dificuldade de enxergar a distância. Isso ocorre porque a luz que penetra pelo olho forma o foco antes de atingir a retina.
Hipermetropia: dificuldade em enxergar de perto em função de o foco da imagem ser feito atrás da retina.
Astigmatismo: distorção da córnea que faz a luz entrar no olho e ser focalizada em mais de um plano, desfocando a imagem tanto para longe quanto para perto.
Presbiopia: é a popular "vista cansada", que provoca dificuldade para focar objetos próximos. É comum dar os primeiros sinais a partir dos 40 anos.
Fontes: Caroline Fabris, coordenadora do serviço de oftalmologia do Hospital Moinhos de Vento e Fabiana Buffé, oftalmologista da Clínica Ocular.