A vacina hexavalente acelular, ministrada em bebês aos dois, quatro e seis meses de vida, está em falta na rede privada de Porto Alegre. Zero Hora entrou em contato com 11 estabelecimentos da Capital, que informaram não ter o produto.
Até a publicação da matéria, a GSK, farmacêutica que produz a vacina no Brasil, ainda não havia se manifestado sobre os motivos do não abastecimento e se existe previsão para normalizar a distribuição. A vacina hexavalente acelular imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, meningite provocada pela bactéria Haemophilus influenza tipo b, hepatite B e poliomielite.
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A falta da vacina nas clínicas, no entanto, não deve causar apreensão entre pais e responsáveis. O pediatra Juarez Cunha, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações e membro do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do RS, lembra que os postos de saúde disponibilizam a vacina pentavalente – que protege contra as mesmas doenças da hexa, exceto a poliomielite, que precisa ser tomada separadamente.
– A diferença é que na hexa da rede particular a criança vai levar apenas uma picadinha, enquanto na penta da rede pública são duas. Além disso, o componente coqueluche presente na hexa é acelular, o que diminui as chances de reações adversas – explica o médico.
Juarez ressalta que os pais não devem aguardar o retorno da vacina hexavalente às clínicas para imunizar os bebês. Quem já recebeu doses na rede privada pode continuar o esquema de vacinação nos postos de saúde:
– Na falta da hexa tem de fazer o que a rede pública oferece para que a criança não corra o risco de ter essas doenças, que são todas muito graves.
Em nota, a GSK, que produz e distribui a vacina no Brasil, justifica o desabastecimento:
Em virtude do aumento da demanda global por certas vacinas em razão do crescimento populacional, expansão dos calendários de vacinação e até mesmo surtos e epidemias de doenças imunopreveníveis, o volume disponibilizado das vacinas não foi o suficiente para suprir toda a demanda levando em consideração a capacidade produtiva de vacinas da GSK.
Ainda de acordo com a nota, a expectativa é de que as vacinas voltem às clínicas ao longo do mês de junho.