Se tem uma coisa que combina muito bem com o frio é uma xícara quentinha de chá. Criado há cinco mil anos anos pelos chineses, essa bebida virou uma grande amiga do nosso organismo, principalmente quando a temperatura fica baixa. Isso porque entre o outono e o inverno, as pessoas costumam beber menos líquidos e uma ótima forma de hidratar é tomando algumas doses de chá todos os dias.
– Aquele ideia de que bebida quente não conta na nossa conta mínima de líquidos que temos que tomar todos os dias, para manter o corpo hidratado, é um mito. Chá conta, sim – explica a professora do curso de Nutrição da Unisinos, Bruna Pontin.
A nutricionista elegeu os quatro chás que todo mundo poderia tomar diariamente. A curitibana Dani Lieuthier, especialista em chás, explica ainda qual a melhor forma de preparar a bebida e obter o melhor que cada uma delas pode oferecer.
Chá verde
Originário da Camellia sinensis, o chá verde é o chá mais estudado em todo o mundo, garante Bruna.
– Esse é o chá de que temos maior conhecimento sobre a saúde humana. A lista de efeitos positivos, comprovados cientificamente, é enorme. Tudo por conta dos polifenóis contidos nele – explica a nutricionista.
O nome parece estranho, mas grave isso: polifenóis são grandes amigos do nosso organismo. Eles são compostos bioativos e têm ação direta na prevenção de doenças. No caso do chá verde, os polifenóis se apresentam principalmente como flavonoides e catequinas.
– Em razão desses compostos, podemos dizer, com muita certeza, que o chá verde reduz a pressão arterial e o risco de eventos cardiovasculares – conta Bruna.
Chá branco e chá preto
Irmãos do chá verde, o branco e o preto também se originam da planta Camellia sinensis. Com sabor menos amargo do que a versão queridinha dos nutricionistas, a dupla tem níveis de oxidação diferente, mas também apresentam catequina – aquele composto que traz benefícios muito bons para o organismo – e antioxidantes.
– Há bem menos evidências científicas sobre os efeitos desses dois, mas eles também são bons, protegem o corpo, mas não da mesma forma como o chá verde.
Um estudo feito na Escola da Vida Huma e Desenvolvimento da Universidade de Kinjo Gakuin, no Japão, observou o efeito do chá preto em ratos hipertensos propensos a sofrerem derrame. O resultado foi que os polifenóis dessa bebida diminuíram a pressão arterial.
Os efeitos do chá branco têm sido pesquisados na Universidade de Sevilha, na Espanha, e no centro de pesquisa de uma multinacional alemã. O efeito antienvelhecimento é o que mais ressalta aos olhos de quem continua estudando a bebida. A versão branca também se mostrou protetor do coração ao reduzir a hipertensão e atuar como um diurético.
Chá de frutas
Para a nutricionista Bruna Pontin, esses chás têm efeitos científicos quase nulos, mas se sobressaem em um quesito em relação às bebidas que nascem da Camellia sinensis: tem sabor menos amargo e, portanto, podem ser ingeridos a qualquer hora do dia. Isso significa que a hora da hidratação pode ter cor e sabor. O organismo agradece.
– Maçã, canela, macela, por exemplo, servem como excelentes hidrantes em dias de temperatura baixa, quando a maioria das pessoas esquece de beber água ou não toma porque faz frio – sugere Bruna.
– Chá não pode ser feito de qualquer forma. A forma certa de preparar é colocar as folhas em uma xícara ou no infusor e não ferver junto com a água. Alias, água fervente vai amargar a bebida. O certo é usar água em uma temperatura de 70ºC a 85ºC entre dois e quatro minutos – explica Dani.
E chá de saquinho pode? Pode, mas esse é o tipo processado da bebida e quanto mais processos forem utilizados nas folhas para colocar no saquinho, menos qualidade o chá tem.
– O chá de saquinho tem menos sabor e aroma e perde em propriedades. Melhor mesmo é comprar a granel. Quanto mais inteira for a folha, melhor é o chá – diz.
Vai uma taça aí?