Quem nunca desejou que os relacionamentos da vida real fossem tão descomplicados quanto as histórias de princesas, novelas e comédias românticas? Na ficção, os personagens podem até sofrer para ficar juntos, mas, depois de unidos e terminado o conto, será que foram felizes para sempre?
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O que ninguém conta é que a vida a dois tem seus altos e baixos e nem sempre estaremos preparados psicologicamente para lidar com determinadas situações do cotidiano. De acordo com Alba Gorete dos Santos Lenz, que é terapeuta de casal e família, a maioria dos problemas surge devido à falta de conversa entre os parceiros.
– Quando duas pessoas se unem e decidem compartilhar e viver uma vida, elas trazem consigo toda uma carga de legados, crenças e valores. Essa herança nem sempre é aparente e se, não há um planejamento em comum, as dificuldades surgem – explica Alba, que atua como psicóloga do Centro de Estudos Sistêmicos: Família e Indivíduo (CESFI) de Santa Maria, que oferece apoio psicológico gratuito.
Para que a relação sobreviva, dizem os especialistas, é importante que o casal tenha valores pessoais semelhantes, não poupe esforços para manter viva a chama e tente fazer com o que o outro se sinta importante e amado. Também não se deve perder de vista, em uma relação a dois, que pequenas coisas significam muito. Se deixar a roupa suja no chão do banheiro todos os dias irrita o parceiro, por exemplo, pare de fazer isso. Um simples abraço ou um “eu te amo” a cada noite antes de dormir também pode ser transformador.
Em caso de brigas peça desculpas rapidamente se achar que está errado, não espere por dias ou deixe de dizer. Mantenha sempre o respeito e dê apoio a quem está ao seu lado.
E se os problemas parecerem intransponíveis, a terapia de casal pode auxiliar a amenizar os sintomas e os conflitos. Entre os benefícios do tratamenjto psicológico, está a possibilidade de enxergar uma perspectiva mais ampla do seu relacionamento.
– A falta de diálogo e de tempo compromete o casal. Na terapia a gente tenta organizar até uma agenda com os horários para encontros – comenta Cledi Spolaor Nunes, psicóloga especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
O primeiro passo para que a terapia de casal seja efetiva, segundo a psicóloga Vera Regina Brandão Miranda, é que ambos reconheçam a existência de conflitos que não estão conseguindo administrar sozinhos.
– Na maioria das vezes, apenas um dos parceiros anuncia e denuncia a dor, enquanto o outro tende a se mostrar indiferente, não reconhecendo a queixa do parceiro – explica.
E, mesmo quando a decisão pelo divórcio está tomada, a terapia pode ajudar. O tratamento pode tornar o período menos traumático e evitar desentendimentos, principalmente, quando há filhos envolvidos. Não quer dizer que vá mudar a decisão, mas, certamente, pode torná-la mais amigável.