O crescente número de casos de gripe A no Rio Grande do Sul – em 2016 já foram registradas duas mortes pela doença – começa a despertar nas escolas a necessidade de investir em prevenção. As crianças, devido a questões imunológicas, transmitem por mais tempo o vírus H1N1.
No Colégio Dom Bosco, em Porto Alegre, por exemplo, os alunos do Ensino Fundamental estão aprendendo a produzir o próprio álcool gel, no laboratório de química da escola. Além disso, vídeos educativos sobre formas de contágio e como se prevenir são mostrados nas aulas da Educação Infantil.
– Temos uma política de trabalhar a prevenção, em todas as idades. Os professores são fundamentais nessa missão não apenas incentivando os alunos a usarem o álcool gel que fica disponível em todos os ambientes como também orientando sobre cuidados básicos de higiene. A gente percebe que eles estão multiplicando o conhecimento em casa – relata Leila Fernandes da Cunha, coordenadora pedagógica da instituição.
Leia mais:
Em três meses, H1N1 já causou a morte de 71 pessoas no país
"Não há qualquer motivo para pânico", diz pediatra sobre a gripe A
Veja alguns locais da rede privada onde é possível se vacinar contra a gripe A
Já o colégio Santa Inês, também de Porto Alegre, aposta em ações que envolvem cartazes, músicas e recursos audiovisuais para orientar os estudantes.
– Hábitos como a higienização das mãos e outras extremidades, o uso de álcool gel e a manutenção dos ambientes bem ventilados estão entre outros cuidados já incorporados à rotina do Santa Inês. Em sala de aula, também já estamos conversando sobre a importância da vacinação – ressalta Rosana Cairuga, coordenadora pedagógica da Educação Infantil e do 1º ano do Ensino Fundamental da instituição.
O Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) confirma que está finalizando material de orientação com dicas de prevenção e cuidados de higienização nos ambientes da escola para evitar a presença do vírus. A orientação será enviada aos estabelecimentos por e-mail ainda nesta semana. Já em âmbito estadual, um comitê está sendo criado pela Secretaria da Saúde para definir as políticas de prevenção contra o H1N1 em 2016, o que vai incluir ações nas escolas estaduais.
De acordo com Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, as escolas precisam incentivar alunos e profissionais que trabalham nos estabelecimentos a buscarem a vacinação.
– Ao vacinar uma criança, principalmente as menores de cinco anos, que estão no grupo de risco, nós estamos não apenas protegendo-as como também diminuindo a circulação do vírus – explica Isabella.
*Com Diário de Santa Maria