O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira que mudou, seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o critério para considerar bebês com microcefalia. A medida do perímetro craniano em recém-nascidos passa de 32 cm para 31,9 cm em meninos e 31,5 cm em meninas. Em dezembro, o parâmetro para diagnóstico da doença já havia diminuído, passando de 33 cm para 32 cm.
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A medida, conforme a pasta, é aceita internacionalmente e faz parte das adequações que estão sendo realizadas diante de novos achados científicos. O novo padrão já foi repassado às secretarias estaduais e municipais da saúde do país. A partir desta semana, bebês com perímetro craniano de 32cm ou mais não passam mais a ser notificados como casos de microcefalia no Brasil. A nova padronização vale para bebês nascidos com 37 ou mais semanas de gestação.
– Na prática, teremos mais crianças adequadamente identificadas e menos crianças normais sendo investigadas – salientou o coordenador-geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública, Wanderson Oliveira.
Com a alteração, o número de casos em investigação deve começar a diminuir. O ministério destacou que todos os casos relatados até agora serão analisados, mas a partir desta semana os bebês que nascerem com crânios de 32 cm ou mais não serão mais notificados como suspeitas de microcefalia.
– O que nós queremos é o máximo de precisão possível, sem causar preocupação desnecessária para as famílias – disse Cláudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.
Em boletim epidemiológico divulgado nesta tarde, o Ministério da Saúde apresentou os novos números da microcefalia no país: são 6.158 casos notificados. Desses, 745 foram confirmados, 1.182 foram descartados e 4.231 permanecem em investigação.