Uma parceria firmada entre o Instituto Vital Brazil, laboratório do governo do Rio de Janeiro, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) prevê desenvolver um soro contra o zika vírus. A previsão é que o medicamento fique pronto em até três anos.
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O diretor científico do Vital Brazil, Cláudio Maurício de Souza, disse que a expectativa é que o soro funcione da mesma forma que o antirrábico:
– A ideia é que, uma vez sendo administrado em um paciente com zika vírus, ele (o soro) reconheça as partículas virais e se ligue na capa protetora dessas partículas, promovendo a sua inativação.
Para Souza, o soro poderá, inclusive, proteger gestantes contra o vírus.
– A gente acredita que esse soro vai ser uma ferramenta terapêutica bastante útil, que vai ajudar bastante na proteção da gravidez das mulheres no Brasil – afirmou.
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De acordo com o presidente do instituto, Antônio Werneck, a aplicação do soro em mulheres grávidas, com diagnóstico confirmado, poderá evitar que o vírus entre em contato com o feto provocando a microcefalia, uma malformação que afeta o tamanho adequado da cabeça do recém-nascido. O Ministério da Saúde confirmou 230 casos de microcefalia no país causados pelo zika vírus.
O zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. Os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em até sete dias. Os sintomas da doença se assemelham com os da dengue, como febre, manchas pelo corpo com coceira, dor de cabeça e nas articulações, enjoo e dores musculares. Em alguns casos, o paciente pode apresentar olhos ermelhos. Antes de ser disponibilizado para uso humano, o soro será testado em animais.
*Agência Brasil