Pesquisadores do Instituto de Ciência Weizmann, de Israel, descobriram que pessoas autistas reagem de forma diferente a determinados odores, em comparação àquelas sem o problema. Após análise feita com 36 crianças, os resultados - publicados na revista Current Biology - sugerem que testes de olfato podem servir como indicadores precoces de autismo.
Autismo têm causas genéticas e ambientais na mesma proporção, aponta estudo
Noam Sobel, um dos pesquisadores do estudo, disse ter ficado impressionado com as conclusões. O especialista explica que, enquanto pessoas com desenvolvimento normal conseguem diferenciar um perfume de um odor muito ruim, por exemplo, autistas podem apresentar o mesmo comportamento diante dos dois cheiros.
Dificuldades para identificar cheiros pode prever expectativa de vida
Para chegar aos resultados, a equipe observou a resposta das crianças diante de um odor agradável e de outro ruim. Metade dos participantes tinham autismo. Os pesquisadores também consideraram estudos anteriores que indicavam relação entre os sintomas de autismo e determinadas regiões do cérebro, responsáveis pelos sentidos.
Um programa de computador usado pelos cientistas os ajudou a diagnosticar corretamente as crianças autistas com 81% de precisão. Além disso, a pesquisa também mostrou que a intensidade e frequência com que o cheiro ruim era sentido apresentou relação com sintomas de autismo mais graves.
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- Acreditamos que a síndrome pode ser identificada com precisão significativa com um simples teste desse tipo, que pode ser aplicado até mesmo muito cedo, como em crianças com poucos meses de vida - afirma Sobel.
Agora, a ideia dos pesquisadores é testar se essa estratégia também pode ser eficaz para diagnosticar outras condições de desenvolvimento neurológico.