Uma pesquisa identificou recentemente um marcador no sangue que pode ajudar a detectar o câncer de pâncreas, descoberta que aumenta as esperanças para um teste que permitiria o diagnóstico precoce da doença. Cientistas americanos e europeus afirmam que pessoas diagnosticadas com esse tipo de câncer possuem uma proteína chamada glipicano-1 (GPC1) no sangue. A proteína está contida nos exossomos - pequenas bolsas com informações genéticas sob a forma de DNA e de RNA que são excretados por todos os tipos de células.
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Após terem encontrado o marcador em camundongos, a equipe estendeu as pesquisas aos seres humanos. Por meio de uma coleta de amostras de sangue, observou-se que todos os 250 pacientes com câncer pancreático continham a GPC1. Os pesquisadores também conseguiram distinguir o sangue dessas pessoas do de 120 voluntários saudáveis, que não apresentaram a proteína.
Os resultados, publicados na revista Nature, mostram que o biomarcador pode ser confiável para detectar câncer de pâncreas. Além disso, o teste mostrou níveis mais elevados da proteína em pessoas que estavam mais gravemente doentes, sugerindo que a substância poderia ser também utilizada para monitorar a progressão da doença.
De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, o câncer de pâncreas foi responsável, em 2012, por cerca de 3,7% das mortes por câncer e por 2,4% do total de casos de câncer.
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Os cientistas acreditam que essa descoberta pode aumentar as esperanças de um método de detecção mais precoce do câncer no futuro, antes que os testes de imagem padrão e análise de tecidos possam detectar os sinais dessa doença.
Embora tenham considerado os resultados animadores, os pesquisadores alertaram que são necessárias mais investigações na área.
- A GPC1 se mostrara presente em pacientes sintomáticos, mas não há evidências de que a proteína estaria presente antes do indivíduo desenvolver os sintomas - explica Paul Pharoah, professor de epidemiologia do câncer da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
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Segundo Alastair Watson, da Universidade de East Anglia, também no Reino Unido, o novo teste é muito complexo para ser executado e muitos laboratórios talvez não sejam equipados adequadamente para realizá-lo.
*AFP