Crianças nascidas de mães que tiveram diabetes gestacional possuem uma chance significativamente maior de desenvolver o diabetes durante a adolescência, conforme revela um novo estudo.
Os pesquisadores acompanharam 255 adolescentes obesos ao longo de aproximadamente três anos, e cerca de 20% deles foram expostos ao diabetes gestacional quando suas mães estavam grávidas.
Pesquisa relaciona adoçantes a risco maior de diabetes
No início do estudo, publicado pela revista científica Diabetologia, os testes mostravam que todos os adolescentes possuíam níveis normais de tolerância à glicose. Entretanto, três anos mais tarde, os adolescentes filhos de mães que tiveram diabetes gestacional tinham seis vezes mais chances de entrar em um quadro de pré-diabetes ou de diabetes, se comparados aos jovens cujas mães não tiveram a doença durante a gestação.
Crianças expostas ao diabetes gestacional já apresentavam sinais de funções reduzidas nas células beta produtoras de insulina no pâncreas desde o início do estudo, segundo Sonia Caprio, uma das autoras da pesquisa e professora de endocrinologia pediátrica em Yale. Ela acredita que existam fatores ambientais em jogo nos primeiros anos de vida, ou mudanças epigenéticas no útero que impedem o funcionamento das células beta.
As descobertas são especialmente preocupantes porque o diabetes gestacional tem ocorrido com cada vez mais frequência nos Estados Unidos.
- Precisamos reduzir os casos de diabetes gestacional. Há muita gente concentrada em impedir que as mulheres ganhem muito peso durante a gravidez. Essa medida pode não apenas ajudar a evitar o surgimento do diabetes nas mulheres, como também nas crianças - afirmou Caprio.
Para as mulheres que já desenvolveram diabetes gestacional, as atividades físicas podem ser importantes aliadas para evitar o aparecimento do tipo 2 da doença, de acordo com uma pesquisa publicada no periódico científico JAMA.
O estudo acompanhou por 16 anos quase cinco mil mulheres com histórico de diabetes gestacional. Aquelas que se exercitaram por no mínimo 7,5 horas por semana tiveram 50% menos risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Além de complicações como pré-eclâmpsia e pressão alta para a mãe, o diabetes na gravidez traz riscos para o bebê, como parto prematuro e sobrepeso no nascimento. Embora esse tipo específico ocorra apenas na gravidez, as pacientes correm o risco de mutação da doença por até cinco anos após o parto.