Relembrando, HPV significa Papiloma Vírus Humano, tipo que pode causar verrugas e está relacionado a câncer de colo de útero. É interessante retomar esse assunto por ser o foco da campanha nacional de vacinação de adolescentes que começa no próximo dia 10.
O HPV é altamente contagioso, sendo possível se contaminar com uma única exposição, e a sua transmissão ocorre por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma de contaminação é pela via sexual. É o principal vírus relacionado às doenças sexualmente transmissíveis (DST), em qualquer lugar do mundo.
Depois da contaminação, a maioria dos indivíduos consegue eliminar o vírus naturalmente em cerca de 18 meses, sem manifestação clínica. Em um pequeno número de casos, o vírus pode permanecer no organismo por vários anos, resultando no câncer de colo de útero ou de outros sítios nos genitais femininos ou masculinos, até 20 anos após. Na maioria das vezes, tanto o homem quanto a mulher infectados pelo HPV não apresentam sintoma. Eles não sabem que são portadores, mas podem transmitir.
O que importa é que temos meios de evitar que isso aconteça e eles funcionam em conjunto: adequada higiene pessoal, uso da camisinha, restrição de parceiros e vacina. A imunização contra o HPV funciona estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos específicos contra os tipos existentes, ajudando a combater a invasão indevida.
Ela foi introduzida em mais de 50 países como estratégia de saúde pública. No Brasil, duas vacinas foram licenciadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a bi e a quadrivalente, variando nas suas indicações. O Ministério da Saúde começa na segunda-feira a aplicação da que previne contra os quatro tipos de HPV de maior risco. Meninas de 11 a 13 anos devem ser imunizadas em três momentos distintos. No Rio Grande do Sul, são cerca de 258 mil meninas incluídas nessa faixa etária. Em 2015, a vacina passará a ser oferecida para aquelas de nove a 11 anos.
A primeira dose será aplicada nas escolas entre 10 de março e 10 de abril. É uma vacina segura, desenvolvida por engenharia genética, não provoca infecção e não há relato de efeito colateral grave até o momento. Pode acontecer dor no local da aplicação.
É potencialmente mais eficaz para adolescentes vacinadas antes do primeiro contato sexual, uma vez que a contaminação por HPV ocorre simultaneamente ao início da atividade sexual. Meninas que já tiveram diagnóstico de HPV também podem ser vacinadas, já que existem evidências promissoras de que a vacina previne a reinfecção ou a reativação do vírus.
Outros estudos comprovam que os meninos passam a ser protegidos indiretamente com a vacinação no grupo feminino, havendo drástica redução na transmissão de verrugas genitais entre eles após a implantação da vacina. É importante ressaltar que a incorporação da vacina complementa ações preventivas como a realização rotineira do exame preventivo (Papanicolau) e o uso de camisinha em todas as relações sexuais. Fora da faixa etária coberta pelo programa federal, as vacinas contra o HPV encontram-se disponíveis na rede privada.
Fontes: Ministério da Saúde, Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul e Sociedade Brasileira de Pediatria