Muito se tem falado sobre felicidade e o quanto é difícil defini-la ou mensurá-la. Qual o peso do relacionamento afetivo na sua felicidade?
No início do namoro há demonstrações públicas de afeto, que incluem beijos espontâneos, os de língua, o abraçar, o acariciar. Não raro, o outro recebe um apelido carinhoso. Apesar do nome poder até ser esquisito, é muito bem aceito, pois somente o ser amado o pronuncia.
Quantos minutos do seu dia são dedicados ao casal? Para a maioria, com os anos, o outro se torna invisível. Isso explica o não elogiar, o não tocar, o não falar. Você não diz "eu te amo", pois é óbvio que o outro sabe. Não enrola! É impossível conter o amor. Insano, a nada e a ninguém ele obedece. Não cabe em apenas um do par, necessita expandir-se e expressar-se em palavras e ações. Responda a si mesmo: quando foi a última vez que vocês andaram de mãos dadas? Lembra-se do último beijo que o enlouqueceu?
Na contramão das relações duradouras, profissional do sexo não beija na boca? Isso é passado, numa sociedade sexualmente liberada e faminta por afeto, o beijo tornou-se estratégia comercial. Não estamos sedentos por afeto? Teoricamente não, somos todos felizes e muito amados, por isso podemos exibir cinco mil amigos no Facebook. Esqueci, podemos ter o perfil II e III e mais amigos. Não por acaso, podemos contratar "um amigo de aluguel" e, na rede digital, exibir namoros falsos. Fato é que nossos desejos, nossas carências criam novos mercados.
A ciência nos diz que olhar nos olhos, abraçar e beijar na boca, além de ser prazeroso e acolhedor, aprofunda a intimidade, libera ocitocina, aumentando a confiança e a ligação afetiva do par. Esqueci novamente: estamos muito ocupados e atrasados para nos deter em coisas simples.
Em casais com problemas sexuais, a última prática a desaparecer é a penetração vaginal, e a primeira, o beijo francês (de língua). A transa reafirma a ilusão de "possuir o outro", apesar das dificuldades. No consultório, a visão mais apurada detecta que o beijo é o primeiro a sumir frente a qualquer crise conjugal, não somente as sexuais. O beijo de língua serve para "medir a temperatura" do outro, na paquera e no início do namoro. Em relações duradoras, é o termômetro afetivo do casal.