Em 18 de outubro, celebra-se o Dia do Médico. São 598.573 brasileiros com registro para exercer a profissão em 2024 no país, conforme dados do Conselho Federal de Medicina (CFM). A data faz referência a São Lucas, um dos quatro evangelistas do Novo Testamento da Bíblia.
A Medicina visa compreender o funcionamento do organismo humano e as patologias que o afetam. Há mais de 50 especialidades dentro do contexto médico. Elas buscam tratar de maneira mais precisa as incontáveis doenças que representam riscos ao corpo humano. De maneira geral, são divididas em duas grandes áreas: a formação cirúrgica e a clínica.
Diretor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), o pneumologista pediátrico Leonardo Pinto explica que a formação clínica é voltada à preparação do médico para realizar diagnósticos, prescrever medicamentos ou realizar procedimentos. Já a cirúrgica inclui treinamentos para a realização de intervenções operatórias durante o diagnóstico e tratamento de alguma condição.
Ainda conforme o CFM, em 2024, para cada mil brasileiros, há 2,81 médicos formados. A média de idade entre os profissionais é de 45,67 anos. No Rio Grande do Sul, são 37.368 mil médicos, sendo 19.722 mil homens e 17.646 mil mulheres, com densidade de 3,42 profissionais a cada mil habitantes e média de idade de 47,70 anos.
Especialidades de atuação
Dentro da formação clínica ou cirúrgica, ainda há outras divisões. Existem os médicos generalistas, aqueles que abrangem várias áreas, e os especialistas, voltados ao tratamento mais focado de uma patologia ou região do corpo.
O clínico geral e o médico da família estão aptos para diagnosticar inúmeras patologias, especialmente as mais prevalentes, enquanto o cardiologista analisa exames e indica tratamentos específicos de doenças do coração, por exemplo. Da mesma forma, um cirurgião geral realiza procedimentos considerados mais frequentes, que abrangem diversas áreas, e o traumatologista conduz operações de correção de traumas e fraturas.
Conforme o CFM, dos 598.573 mil que atuam no Brasil, 275.324 mil são generalistas e outros 323.249 especialistas. Pinto ressalta que existem ao menos 55 especialidades reconhecidas pelo CFM no país, que ainda se subdividem em áreas de atuação.
— Além dessas 55 especialidades, existem as áreas de atuação, ou subespecialidades. Precisa ter a especialidade para poder fazer a formação dentro daquela área específica. Por exemplo, eu sou pneumologista pediátrico, a minha especialidade é pediatria e depois fiz uma subárea que é a pneumologia pediátrica — explica, ao salientar que as áreas de atuação surgem conforme o avanço da Medicina ao longo dos anos.
Formação acadêmica
A Medicina foi o curso de graduação mais concorrido no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2024. Conforme dados do Ministério da Educação, foram 298.316 inscritos para 5.733 vagas. A densidade aponta cerca de 52,04 concorrentes a cada vaga.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o curso também liderou o ranking entre os mais concorridos. Conforme a instituição, foram 70,29 candidatos por vaga, ou seja, 6.918 concorrentes para 98 vagas no Vestibular de 2024.
A formação acadêmica, atualmente, divide-se em três etapas, que podem se sobrepor:
- Teórica: ciclo básico, compreendido entre o primeiro e o quarto semestre, em que o aluno aprende de forma generalista sobre as patologias, suas composições e o organismo humano.
- Prática clínica e simulada: a partir do terceiro semestre, quando as disciplinas são mais voltadas ao ensino clínico. Algumas simulações são realizadas, sem a presença de pacientes, e alunos iniciam atendimentos clínicos com orientações e procedimentos simulados
- Internato: contempla os estágios obrigatórios. Em contato direto com pacientes, os alunos realizam atendimentos em hospitais e unidades de saúde vinculadas às universidades, sempre com supervisão. Ocorre nos dois últimos anos do curso, momento em que as disciplinas são voltadas à atuação em sete grandes áreas: clínica médica, medicina de família, pediatria, cirurgia geral, gineco-obstetrícia, medicina de emergência e saúde mental.
— Essas sete áreas são os estágios obrigatórios. Além delas, podem ainda escolher algumas especialidades, áreas mais específicas que eles tenham interesse, já considerando aqueles que pretendem seguir na residência e especialização depois da formação médica — comenta o decano da Escola de Medicina da PUCRS, inaugurada há 55 anos e que oferece programas de residência médica e mais de 20 especializações.