Pacientes que utilizam medicamentos como Wegovy e similares para o tratamento da diabetes tipo 2, da Novo Nordisk, podem estar em maior risco de desenvolver um distúrbio ocular que ameaça a visão, segundo os dados de um estudo publicado na quarta-feira (3).
Wegovy , Ozempic e Rybelsus contêm o mesmo ingrediente ativo, a semaglutida, e pertencem a uma classe de medicamentos conhecida como agonistas do receptor GLP1. As informações são do jornal Folha de São Paulo.
A patologia, conhecida como neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NOIA-NA), apresentou uma taxa de 8,9% para aqueles que tomavam esses medicamentos para diabetes tipo 2, em comparação a 1,8% para pacientes que tomavam medicamentos para diabetes que não são GLP1, ou seja, sem semaglutida.
Entre aqueles que fazem uso da semaglutida para sobrepeso ou obesidade, a taxa da condição ocular foi de 6,7%, em comparação com 0,8% para aqueles que recebiam outros tipos de medicamentos para redução de peso. O estudo observou 710 adultos com diabetes tipo 2 e 979 pacientes que tomavam medicamentos para perda de peso. A pesquisa durou 36 meses.
A doença ocular se desenvolve a partir de um fluxo sanguíneo insuficiente para o nervo óptico e pode gerar perda súbita e indolor da visão em um dos olhos. Essa é a segunda causa mais comum de cegueira devido a danos no nervo óptico, ficando atrás apenas do glaucoma.
Depois de levar em conta outros fatores de risco dos pacientes para a condição, como pressão alta e apneia obstrutiva do sono, o uso de semaglutida foi associado a um risco quatro vezes maior da neuropatia naqueles que recebiam o medicamento para diabetes e sete vezes mais para aqueles que tomavam para emagrecimento.