Histórias de mulheres que engravidaram após fazer tratamento com remédios voltados ao combate da diabetes, como Ozempic e Mounjaro, estão se tornando cada vez mais comuns nas redes sociais. A ligação entre o uso dos medicamentos e um possível aumento da fertilidade ainda não foi comprovada cientificamente, e precisa ser estudada mais a fundo, conforme reportagem do Giz Brasil, do portal Uol.
Tanto o Ozempic quanto o Mounjaro, uma versão mais potente e cara do anterior, fazem parte do grupo dos inibidores do peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1). Na bula, eles são ofertados para o combate à diabetes. Por reduzirem o apetite e tornarem o processo digestivo mais lento, os remédios também causam a perda de peso, uso que está se tornando cada vez mais comum off label.
Mesmo que ainda não exista uma quantidade significativa de estudos que ligue os medicamentos com a gravidez, a relação entre peso e fertilidade já é conhecida pela ciência. Entre as consequências da obesidade está a alteração dos níveis hormonais.
Mulheres obesas podem ter excesso de estrogênio e ciclos menstruais irregulares, o que implica na ovulação. Ao mesmo tempo, a obesidade costuma estar associada a um nível elevado de testosterona no corpo e resistência à insulina, o que também dificulta a gravidez.
As farmacêuticas responsáveis pelos remédios indicam que as substâncias não devem ser usadas durante a gravidez, já que ainda não se sabe os possíveis impactos para um feto. Enquanto isso, os pesquisadores não têm certeza da relação entre medicamentos como Ozempic e Mounjaro e fertilidade, nem se ela existe em primeiro lugar. A medicina precisa de mais tempo para pesquisar antes de afirmar que as condições estão ligadas.