Morreu nesta quarta-feira (13), aos 80 anos, a biomédica Lair Guerra Rodrigues, indicada ao Prêmio Nobel da Paz – honraria entregue a pessoas que se destacam em prol do bem comum. Piauiense, ela estava internada desde janeiro no Hospital Santa Luzia, em Brasília, Distrito Federal, para tratamento de uma pneumonia.
Nascida em Curimatá, no sul do Piauí, Lair foi pioneira em movimentos de conscientização e debates sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e a Aids. Graduada em Biomedicina na Universidade Federal do Piauí (UFPI), pós-graduada no Centro de Controle de Doenças da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e Mestre em Microbiologia Universidade Estadual da Georgia, ela foi a primeira coordenadora do Programa Nacional de DST e Aids, lançado pelo Ministério da Saúde, durante a epidemia de HIV em 1986.
Seu trabalho no Ministério da Saúde lhe rendeu indicação ao Prêmio Nobel da Paz em 2004, após análise da Assembleia Geral da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Em nota, o governador do Piauí, Rafael Fonteles, destacou o trabalho de Lair como exemplar.
“Nossos sentimentos aos familiares e amigos da cientista piauiense Lair Guerra. Ela foi uma das indicadas ao Prêmio Nobel da Paz em 2004 pelo trabalho pioneiro em relação à Aids. Será sempre lembrada no Brasil e no mundo como uma referência na ciência e como exemplo de luta pelos direitos da pessoa com HIV”, publicou.
Referência mundial
Durante as especializações realizadas nos Estados Unidos, esteve à frente de pesquisas para compreender as DSTs e participou das primeiras observações que estudaram o HPV. Lair era referência mundial na área.
Lecionou Microbiologia para alunos da UFPI e assumiu a administração do laboratório de biomedicina da instituição, em 1977. Além disso, ainda foi responsável por liderar campanhas de esclarecimento sobre o uso de preservativos e se aliou à ONGs na luta pelo combate às DSTs e por políticas públicas que abrangessem portadores da doença.