O avanço da epidemia nacional de dengue sobre Porto Alegre já é evidente e exigirá mudanças de postura na população da Capital para que haja o controle de casos da doença. Este é o recado deixado pelo secretário de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, em entrevista, nesta sexta-feira (9), à Rádio Gaúcha.
Ao explicar o cenário atual em números, Ritter lembra que, no mesmo período do ano passado, Porto Alegre tinha registro de apenas um caso autóctone (contraído na cidade). Agora, já são 31.
— Primeiro, queria aproveitar o espaço para dizer que nós estamos vivendo uma epidemia de dengue no nosso país e obviamente que aqui em Porto Alegre vai chegar. Este ano, já são 51 casos de dengue, sendo 31 autóctones. Em 2023, neste mesmo período, estávamos com cinco casos, sendo um único caso autóctone — disse Ritter.
Os órgãos de saúde recomendam que a população busque atendimento médico e considere a possibilidade de estar com dengue ao se perceber com febre, dores do corpo, nas articulações e "no fundo do olho". O secretário da Saúde de Porto Alegre lembra que, frequentemente, as pessoas confundem os sintomas de dengue com os da gripe.
— Lembrando que sintomas de dor de cabeça, febre com início repentino, dor no corpo, dor nas articulações, dor no fundo do olho, manchas no antebraço com pontinhos vermelhos, isso pode caracterizar dengue. Isso se confunde muito com covid, com gripe e outras doenças ou viroses. E é importante, na dúvida, procurar a unidade de saúde para a gente poder fazer o teste, fazer o exame laboratorial para identificar — disse Ritter.
A Secretaria da Saúde de Porto Alegre pede ainda que a população revise todos ambientes fechados e abertos em busca de focos de água parada, pontos de reprodução do mosquito da dengue.
Ritter diz ainda que a prefeitura precisa que a população abra as portas das residências para o acesso dos agentes de endemia, especializados na identificação e eliminação de focos da dengue.
— Lembrando que 80% dos criadores são pequenos recipientes. Precisamos da ajuda de todos para olhar para dentro (de suas residências). E uma coisa que nos deixa bastante preocupados: estamos com uma dificuldade imensa de poder entrar com os agentes de endemia na casa das pessoas. O agente de endemia é treinado para identificar focos de dengue. Aquilo que às vezes a gente está tão acostumado em casa que nem percebe que tem — apontou Ritter.