Uma empresa que fabrica próteses de silicone foi condenada a indenizar em R$ 130 mil uma moradora de Porto Alegre que teve câncer de mama associado à cirurgia plástica. Conforme decisão da 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, divulgada na quarta-feira (11), são R$ 100 mil por danos morais e R$ 30 mil por danos estéticos.
A mulher realizou a plástica em maio de 2012, com implantação das próteses fabricadas pela empresa. Conforme a decisão, em 2019 ela passou a sofrer com inchaço e foi diagnosticada com um linfoma. Ela precisou realizar nova cirurgia para retirar o silicone e tratar a doença.
A indenização por danos morais já havia sido reconhecida no primeiro grau, em maio deste ano. A decisão foi confirmada no segundo grau, que reconheceu também o dano estético.
Em seu voto, o desembargador Carlos Eduardo Richinitti afirmou que o laudo pericial mostrou a vinculação entre a prótese e o linfoma e destacou as consequências sofridas pela mulher.
"Entre a remoção da primeira implantação da prótese e a cirurgia reparadora, a apelante conviveu com uma grande deformidade em suas mamas, o que resta evidenciado pelas fotografias acostadas aos autos. Ela suportou aproximadamente por um ano a mutilação de suas mamas", escreveu. Os outros dois desembargadores da câmara seguiram o voto do relator.