A contração de músculos que controlam a respiração, como o diafragma, por exemplo, pode desencadear uma crise de soluço. Estes espasmos são involuntários e oriundos de alguma irritação no diafragma, localizado entre o tórax e o abdômen, ou do nervo frênico, responsável por estimular o diafragma.
— Quando ocorre estes espasmos nos músculos intercostais, situados entre as costelas, e principalmente no diafragma, há o fechamento da glote, local por onde passar passa o ar na parte superior da tranqueia. Esse fechamento resulta no barulho (soluço) — explica o doutor Giovani Gadonski, chefe do Serviço de Clínica Médica do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e professor da Escola de Medicina da instituição.
O personagem principal desta história é o diafragma, músculo responsável por realizar o movimento que nos permite encher e esvaziar os pulmões com ar. Espasmos involuntários do músculo acabam fazendo com que o ar entre no “momento errado” em nossos pulmões e se choque com nossas cordas vocais, que automaticamente se fecham neste momento, e emitindo o som do soluço.
Boa parte dos episódios de soluço duram poucos minutos e passam de maneira espontânea. No entanto, alguns casos classificados como soluço persistente podem durar mais de 48h.
Dicas para acabar com soluço
Conforme Gadonski, há uma série de manobras que podem ser realizadas para acabar com episódios de soluço. Além de prender a respiração, o nefrologista orienta sobre outras ações que podem ajudar na solução do problema:
- Tomar água gelada
- realizar gargarejo com a água bem gelada
- puxar a língua para fora da boca
- sentar-se e pressionar o joelho contra o tórax por 30 segundos
- comer uma colher de chá de açúcar
- realizar a manobra de valsalva, que consiste em assoprar com o nariz e bocas fechados
- respirar dentro de um saco de papel
No entanto, Gadonski alerta que estas manobras não funcionam para episódios de soluço persistente. Neste caso, é realizado um tratamento paliativo que antecede a identificação do que está causando o soluço.
— Até encontrar o diagnóstico da causa, que pode ser uma gastrite, por exemplo, utilizamos medicamentos paliativos. Dentre eles, podem ser a metoclopramida e o pantoprazol, que são indicados para casos de refluxo gastroesofágico, ou algum relaxante muscular — comenta.
Situações que podem causar soluço
Ações cotidianas podem acarretar episódios de soluço rápido, gerando irritação no sistema respiratório. Dentre as principais causas, estão:
- comer rápido
- mascar chiclete ou fumar (engolir ar)
- comer até o estômago ficar muito cheio
- ingerir bebidas gasosas
- irritação no diafragma ou da faringe
De acordo com Gadonski, o soluço persistente pode decorrer de situações mais graves, como inflamações na região do pâncreas e alguma disfunção no sistema nervoso central.
— Casos de soluço persistente podem desencadear alteração na qualidade de vida, fica difícil para se comunicar, para comer e até para dormir. — explica. Episódios que persistirem por mais de 48h devem ser verificados junto a um médico.