Após acumular mais de 15 anos sem grandes reformas estruturais, segundo a direção, o Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV), em Porto Alegre, tem cerca de R$ 13 milhões em investimentos previstos para 2023. Duas obras chegaram a ir para licitação mas foram suspensas para readequações. Uma delas diz respeito à reforma do andar térreo e do centro obstétrico. O investimento está orçado em R$ 2,8 milhões. A outra é a reforma da parte elétrica, em um total de R$ 7 milhões.
De acordo com o diretor do hospital, Cincinato Fernandes Neto, também sairá do papel um novo Centro de Referência Infanto-Juvenil e uma sala para atendimento de mulheres vítimas de violência sexual, uma antiga demanda da comunidade. Os novos investimentos ainda não têm data exata para começarem, mas Neto afirma que um montante de aproximadamente R$ 14 milhões está garantido e que as intervenções serão feitas neste ano. A reforma do Centro Obstétrico e do andar térreo é que possui previsão mais concreta: será a partir de outubro, com possibilidade de antecipação.
— Quando assumi a gestão do hospital, em 2021, o engenheiro chefe me disse que tinha um déficit estrutural muito grande. Há 16 anos não tinha manutenção. Nesse meio tempo, assumimos toda a parte materno-infantil do São Lucas, da PUC, que fechou. Tivemos um acréscimo de 30% em demandas, além de uma grande demanda de leitos.
Está em fase de elaboração de projetos a reestruturação do refeitório e do banco de leite, também com previsão para este ano, com um custo que varia entre R$ 400 e R$ 500 mil para os cofres públicos.
Transtornos
Conforme relato de um profissional da residência médica à reportagem de GZH, algumas salas do hospital apresentaram graves problemas de infiltração ainda no final de 2022. Os quartos das residentes da área de ginecologia e obstetrícia tinham paredes com a tinta “descascando” e com rebocos degradados em função da umidade.
O diretor do hospital reconhece que houve problemas, mas diz que já foram contornados. Segundo Neto, quartos de repouso para os médicos ficavam embaixo de uma laje que teve problemas de mofo e vazamento de água após a retirada da cobertura durante as obras de impermeabilização dos blocos A, B e C. Essa parte da reforma começou no ano passado e ainda está em andamento.
— Claro que as obras vão causar transtornos, mas não tem como ser diferente nesse momento. São obras necessárias para darmos melhores condições para os funcionários e para a população — comenta Neto.
Inovações nos elevadores do Bloco C estão em curso. Um deles já está pronto e outro será entregue até abril. A diferença é que a nova tecnologia permite que os elevadores funcionem em caso de incêndio por até quatro horas.
O Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas foi fundado ainda em 1953, como hospital geral. Em 1978, foi transformado em materno-infantil. O atendimento é totalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nos oitos primeiros meses do ano passado, o hospital realizou 30,6 mil atendimentos na emergência pediátrica, 8,6 mil internações, 2,3 mil cirurgias, 2,2 mil partos e mais de 23 mil procedimentos de diagnóstico por imagem.