A gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou vencer 370 mil doses de vacina contra a covid-19 da AstraZeneca e teve de incinerar as centenas de milhares de imunizantes que não podiam mais ser aplicados. As informações foram repassadas nesta quinta-feira (26), pelo atual diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti.
Em reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne representantes do ministério e das secretarias municipais e estaduais da Saúde, o diretor afirmou ainda que a gestão atual encontrou ao menos quatro imunizantes com risco de desabastecimento: BCG, hepatite B, poliomielite (vacina oral) e tríplice viral.
Gatti afirmou que a atual gestão do Ministério da Saúde vem tentando negociar com os fornecedores para regularizar as entregas. O diretor detalhou as principais causas para a baixa oferta de cada uma das vacinas.
No caso da vacina BCG, dada a recém-nascidos e que protege contra a tuberculose, a interdição da Fundação Ataupho Paiva, no Rio de Janeiro, e a demora na entrega de doses compradas fora do país são algumas das razões para o baixo estoque. Gatti afirmou que o ministério já conseguiu destravar e receber 2,5 milhões de doses e que mais 2 milhões serão recebidas até o fim do mês.
Sobre a vacina da hepatite B, o diretor afirmou que o cronograma está sendo negociado com o Instituto Butantan, que está em tratativas com um parceiro privado.
A vacina oral contra a poliomielite também está tendo o cronograma de entrega negociado com a Fiocruz, que teve um problema com o fornecedor de bisnagas, de acordo com o Ministério da Saúde.
Já a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está com baixo estoque por ter tido mais doses usadas do que o previsto em 2022. De acordo com Gatti, 4 milhões de vacinas serão recebidas em fevereiro.