Herpes-zóster é uma doença infecciosa que pode causar fortes crises de dor. O assunto vem sendo tratado na novela da Globo Travessia. Na trama, o personagem Monteiro, interpretado pelo ator Ailton Graça, foi diagnosticado com a doença, que é popularmente conhecida como cobreiro. Embora acometa muitos idosos e imunossuprimidos, a condição é pouco conhecida.
A herpes-zóster é causada pelo mesmo vírus que provoca a catapora, o varicella-zóster, e que não é completamente eliminado do corpo. Depois que o paciente tem catapora, doença comum em crianças, o vírus fica alojado em um nervo. Algumas situações que baixam a imunidade, como o estresse ou infecção por covid-19, por exemplo, podem reativar o vírus, causando herpes-zóster.
Outra forma de desenvolver herpes-zóster é por contato com alguém que tenha a doença e esteja na fase das bolhas aparentes. Caso alguém toque nas bolhas e, em seguida, encoste a mão nos olhos ou boca, a doença pode ser transmitida.
— O primeiro sintoma da herpes-zóster é uma dor, que parece uma ardência, em alguma parte do corpo. Depois de poucos dias, as lesões de pele começam a aparecer. São pequenas bolhas agrupadas na pele, no local onde está a dor, com uma base bem vermelha — explica a dermatologista do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Sabrina Dequi Sanvido.
O tratamento é feito com antivirais, e, segundo Sabrina, a duração é de sete a dez dias. Após o período de medicação, as bolhas tendem a desaparecer e, portanto, a doença deixa de ser transmissível. O problema é que, em muitos casos, a dor forte, chamada de neuralgia, pode continuar por meses.
— Os pacientes relatam que a dor é como se fosse uma ardência, uma queimação muito forte. A neuralgia pode durar uns três ou seis meses em alguns casos, e os pacientes perdem muita qualidade de vida, porque o desconforto é tão forte que impossibilita a realização de várias atividades do dia a dia — conta a dermatologista.
Neste caso, o médico pode receitar remédios para diminuir as dores. Da mesma forma que a catapora, a herpes-zóster costuma aparecer uma única vez. Mas a especialista afirma que existem casos de reinfecção, ainda que raros.
A doença é mais comum em idosos e pessoas imunossuprimidas, uma vez que está ligada à baixa imunidade. Sabrina ressalta que, se a pessoa nunca teve catapora, não é possível ter herpes-zóster. O primeiro contato com o vírus, obrigatoriamente, causa catapora. Ela pontua, ainda, que casos em pessoas jovens e saudáveis tem se tornado mais comuns, uma vez que muitas pessoas tiveram covid-19 e a doença causada pelo coronavírus tende a baixar a imunidade, propiciando o desenvolvimento da herpes-zóster.
Atualmente, existem duas opções de vacinas para a herpes-zóster no mercado. Aplicado em duas doses, o imunizante só está disponível na rede privada e, segundo levantamento da GZH por clínicas privadas de vacinação em Porto Alegre, os valores variam entre R$ 730 e R$ 875 por dose.
— A indicação formal é que idosos acima de 65 anos que ainda não tiveram a doença ou que tiveram herpes-zóster há, pelo menos, um ano sejam vacinados. Não há contraindicação para pessoas mais novas receberem o imunizante, mas não é na indicação formal — explica.
Para menores de 50 anos, as clínicas exigem prescrição médica que indique a vacina.
*Produção: Yasmim Girardi