Em um período de aumento nos registros de covid-19 e de circulação de novas subvariantes, como é o caso da BQ.1 da Ômicron, surgem dúvidas a respeito de possíveis mudanças de orientações dos órgãos oficiais quanto ao isolamento em caso de testagem positiva.
A recomendação de isolamento de pacientes não foi alterada no Rio Grande do Sul. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), pessoas com diagnóstico positivo para coronavírus devem se manter afastadas do convívio social por sete dias após o início dos sintomas ou da data de realização do teste, esteja ela com sintomas ou não.
Se feito o exame no quinto dia e o resultado for negativo, o paciente sintomático pode retornar à rotina após 24 horas sem sintomas respiratórios e/ou sem febre (e sem uso de antitérmicos). Já os assintomáticos podem deixar o isolamento desde que permaneçam sem sintomas da doença, conforme a orientação estadual. Em ambos os casos, é recomendado manter as medidas de segurança até 10 dias do início dos sintomas/data do teste.
Segundo a SES, no caso de pessoas com quadros graves da doença ou imunossuprimidos, permanece a recomendação de isolamento por 20 dias a partir do início dos sintomas e pelo menos 24 horas sem febre e com melhora dos sintomas respiratórios.
A nova nota informativa da secretaria, número 50, divulgada na sexta-feira (25), não diferencia o tempo de isolamento de indivíduos vacinados, com esquema vacinal incompleto ou aqueles que tomaram todas as doses.
Fernando Spilki, virologista e pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da Universidade Feevale, diz que é preciso estar atento ao período de isolamento devido a características da subvariante BQ.1.
— Por vezes, quando vamos fazer o teste, há pessoas que positivam mesmo após sete, 10 dias (da detecção do vírus), apresentam cargas virais relativamente altas em um perfil que é similar a variantes anteriores
Dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES) indicam que a BQ.1 tem demonstrado "importante capacidade de transmissão", o que foi responsável pela disparada no número de diagnósticos positivos de covid nos testes: a subvariante representava 7% das análises no início de outubro, e passou para 24% no começo de novembro.
Conforme o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a mutação correspondeu a 70% dos casos de covid analisados em um estudo feito em novembro. A circulação da subvariante ocorre em um momento acompanhado de crescimento de 247% nos diagnósticos positivos nas últimas três semanas. Esse contexto sanitário pede que cuidados para não transmitir a doença sejam reforçados, acrescenta o virologista:
— O ideal é que a pessoa volte para o convívio social e de trabalho a partir do momento de um novo teste em que o resultado seja negativo.