Com a aproximação dos meses mais quentes do ano, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) volta a reforçar o alerta para a dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Em 2022, os números são recorde no Rio Grande do Sul: até agora, foram confirmados 65.290 casos e 66 mortes. Não há novos óbitos, no entanto, desde o mês de julho.
Os dados são os mais elevados de toda a série histórica, iniciada em 2011. Em todo o ano passado, por exemplo, foram 10.591 casos e 11 mortes. A incidência em 2022 já é 7,5 vezes maior.
Para que as ações de combate ao mosquito sejam qualificadas, dois projetos desenvolvidos pela SES começarão a ser implementados no próximo mês, em parceria com o Ministério da Saúde e com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No total, 23 municípios foram selecionados para receber as estratégias, que passarão a ser um acréscimo ao trabalho de rotina dos agentes de saúde.
Uma das ações é a das ovitrampas, que são armadilhas feitas com levedo de cerveja para atrair a fêmea do mosquito. Por meio dessa estratégia, é possível acompanhar a densidade de ovos depositados pela fêmea e avaliar a presença do mosquito em determinada região da cidade. No total, 20 cidades passarão a contar com as armadilhas (veja abaixo).
Já a borrifação residual intradomiciliar, que será usada em três cidades, é a aplicação de inseticida dentro de domicílios ou locais considerados estratégicos. Ela é eficaz apenas no controle de mosquitos adultos e usada de forma preventiva ou quando há casos da doença na cidade.
— As duas técnicas não resolvem o problema sozinhas. Precisam acompanhar o trabalho de rotina, que é a visita de casa em casa para eliminar criadouros — explica a coordenadora do Programa Estadual de Vigilância e Controle do Aedes da Vigilância Ambiental do Estado, Carmen Gomes.
As cidades que receberão as ações foram selecionadas com base no risco epidemiológico, incidência de casos e óbitos e disponibilidade dos agentes. No Rio Grande do Sul, 453 dos 497 municípios são considerados infestados pelo Aedes aegypti, que, além de dengue, transmite zika e chikungunya.
— O trabalho acontece o ano todo, mas, à medida em que vamos nos aproximando do verão, há uma preocupação maior para que não sejamos pegos de surpresa — defende Carmen.
As definições foram tomadas em reunião nesta terça-feira (18) entre a SES e representantes do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS), da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e do Ministério da Saúde.
Municípios que receberão ovitrampas
- Bento Gonçalves
- Campo Bom
- Estância Velha
- Farroupilha
- Igrejinha
- Lajeado
- Lindolfo Collor
- Montenegro
- Nova Hartz
- Nova Petrópolis
- Nova Santa Rita
- Parobé
- Santo Ângelo
- São Marcos
- Sapiranga
- Sapucaia do Sul
- Três Coroas
- Triunfo
- Vacaria
- Venâncio Aires
Municípios que receberão borrifação residual intradomiciliar
- Jaboticaba
- Rondinha
- Tucunduva