Porto Alegre segue enfrentando um cenário de escassez de vagas para atendimento pediátrico. Mas, durante a tarde, o Hospital Restinga conseguiu aliviar um pouco da pressão: se na quinta-feira (21) a média de ocupação era de três crianças por leito, por volta das 17h desta sexta-feira (22) o índice chegou a pouco mais de uma criança por leito, com 110% de ocupação. Quando a reportagem chegou ao local, somente uma criança aguardava atendimento na emergência; depois, outra ainda mais nova chegou e foi rapidamente encaminhada.
Segundo Francisco Isaias, diretor Adjunto de Atenção Hospitalar e Urgências da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, a melhora momentânea se deu por conta da reabertura das Unidades Básicas de Saúde, que fecharam devido ao feriado de Tiradentes. Às 21h25min, porém, a ocupação passou para 242%, com 17 crianças internadas em sete leitos. Esse aumento de procura, explica Isaias, tende a acontecer à noite e no final de semana, justamente quando a rede básica volta a fechar as portas.
— A estratégia para lidar com a pressão no final de semana é sistêmica. Orientamos para que nenhuma das nossas unidades feche sem acionar a Secretaria de Saúde, assim podemos deslocar as crianças e garantir que nenhuma em situação grave fique sem atendimento — explica Francisco.
Trabalhar com a ideia de que o hospital possa chegar a mais de 150% de ocupação é, segundo o diretor adjunto, completamente fora da curva, mesmo frente ao feriado. Por isso, a prefeitura já prometeu 79 novos leitos pediátricos para a Capital a partir de 2 de maio. Neste caso, o tempo também é um fator importante, já que o inverno logo bate à porta e, com isso, deve ser registrado um expressivo aumento de casos de doenças respiratórias.
Uma das principais recomendações no caso dos pequenos é que a família os leve para vaciná-los contra a gripe e contra a covid-19. Durante a conversa, Francisco ainda aplaudiu a decisão do governo do Rio Grande do Sul de adiantar o esquema de vacinação — e ele acredita que a população tem de aproveitar a oportunidade.
— A gente pede que busquem a vacina não só dá influenza, mas também da covid, porque a imunização é um treinamento para o sistema imunológico das crianças e a criança ganha mais resistência. Essas mudanças de temperatura acometem muitas crianças pequenas, por isso essas vacinas sempre priorizam elas e os mais velhos— explica o diretor.
Outra medida importante é que o público sempre busque, quando possível, a unidade de saúde mais próxima da sua casa, ajudando a evitar a superlotação de outros espaços. Vale lembrar que são considerados casos graves o de crianças que apresentam febre (acima de 39º) por várias horas, sem apetite ou com recusa alimentar e sem disposição, além de falta de ar e respiração ofegante. Antes de procurar um serviço de urgência, o ideal é buscar orientação junto ao pediatra que acompanha a criança.
Confira os pronto atendimentos 24h da Capital
- UBS Cruzeiro do Sul - R. Prof. Manoel Lobato, 151, bairro Santa Tereza. Contato: 3289-4046 , Telefone:156.
- UBS Bom Jesus - Rua Bom Jesus, 410, bairro Bom Jesus. Contato: 3289-5400.
- UPA Lomba do Pinheiro - Estrada João de Oliveira Remião, 6111, bairro Lomba do Pinheiro.. Contato: 3289-5562