A líder técnica da resposta à pandemia de covid-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, afirmou na quarta-feira (9) que o órgão continua monitorando possíveis novas mutações do coronavírus. Segundo ela, a OMS está de olho na combinação entre as variantes Ômicron e Delta, chamada, neste momento, de "Deltacron".
— Foi detectada em alguns países, mas continua em níveis baixos de transmissão. Não vimos mudanças em termos epidemiológicos e de severidade ainda, mas estudos ainda vão sair — destacou, durante entrevista coletiva.
Um estudo realizado pelo Instituto Pasteur, da França, confirmou a presença de um vírus recombinante entre as cepas Ômicron e Delta no país. De acordo com a pesquisa, a "Deltacron" foi identificada em várias regiões da França desde o início de janeiro deste ano e genomas com perfil semelhantes também foram detectadas na Dinamarca e na Holanda.
"Mais investigações são necessárias para determinar se esses recombinantes derivam de um único ancestral comum ou podem resultar de vários eventos de recombinação semelhantes", diz um trecho do material, que foi publicado pela plataforma de compartilhamento de dados científicos GISAID.
Ao compartilhar uma sequência de tuítes sobre o estudo na terça-feira (8), Kerkhove disse que a recombinação é algo esperado, especialmente com a intensa circulação das variantes Ômicron e Delta.
Na entrevista coletiva, ela ressaltou ainda que a pandemia continua:
— Muitos países estão enfrentando desafios agora. Infelizmente, esse vírus tem e terá oportunidades de continuar se espalhando.
Ucrânia
Na coletiva, mais cedo, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que mais suprimentos médicos serão enviados à Ucrânia nesta quarta, sendo que o foco está nas áreas mais afetadas pela guerra.
— Temos 400 metros cúbicos de suprimentos esperando para serem transportados para a Ucrânia do nosso centro de logística em Dubai — disse.