A dívida do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado (IPE Saúde) com os hospitais gaúchos aproxima-se de R$ 1,1 bilhão. A cifra foi informada pela Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul e confirmada pelo instituto à reportagem de GZH nesta sexta-feira (18).
Nesta semana, a entidade que representa as Santas Casas juntamente com a Federação dos Hospitais do Rio Grande do Sul (Fehosul) trouxeram a público o risco de uma rescisão de contratos e suspensão de serviços aos usuários do plano devido à falta de pagamento. Um documento foi protocolado na sede do IPE Saúde e na Casa Civil na quarta-feira (16). Os primeiros rompimentos podem ocorrer após 16 de abril.
De acordo com as entidades, os hospitais recebiam o pagamento dos procedimentos em 30 dias até junho de 2018. No entanto, a partir do segundo semestre daquele ano, o repasse começou a ser pago em 60 dias, 90 dias e, hoje, chega a 110 dias. Já as contas ambulatoriais estão em atraso há seis meses.
Diante do impasse e do risco de deixar quase 1 milhão de gaúchos, assegurados pelo IPE Saúde, sem atendimento hospitalar, uma reunião está em andamento nesta sexta-feira. Participam representantes dos hospitais e do IPE Saúde.
André Lagemann, superintendente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, afirma que, até agora, de maneira geral, não houve prejuízo a pacientes, com suspensão de atendimentos, mas ele define o estágio da crise como "muito crítico", o pior dos últimos três anos.
— É um dos momentos mais delicados na história com o instituto — avalia Lagemann.
Após a reunião desta sexta, as entidades concordaram em agendar um novo encontro para a próxima semana. Desta vez, a reunião terá a participação de técnicos das Federações, Hospitais e Ipe.