O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (7) que Estados e o Distrito Federal vão receber, até o próximo dia 15, as vacinas covid-19 suficientes para aplicação em todas as crianças de cinco a 11 anos. O quantitativo citado por Queiroga diz respeito apenas à primeira dose – a pasta faz a distribuição dos imunizantes levando em consideração os 20,4 milhões de pessoas nessa faixa etária, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
— Nós estamos trabalhando fortemente para antecipar as doses infantis, para que os pais também exerçam o direito de vacinar os seus filhos. Até o dia 15 de fevereiro, nós já distribuiremos doses para vacinar todas as crianças de cinco a 11 anos — disse Queiroga a jornalistas na portaria do Ministério da Saúde.
— Enfim, vamos continuar trabalhando para apoiar os estados e municípios e as consequências dessa terceira onda sejam as melhores possíveis para nossa sociedade — completou o ministro.
A pasta incorporou dois imunizantes na vacinação contra a covid para o público infantil: as doses pediátricas da Pfizer, no dia 5 de janeiro e, no dia 21, a CoronaVac, que pode ser usada dos seis anos em diante.
A partir da segunda quinzena de março, as crianças que tomaram a primeira dose do imunizante da Pfizer em janeiro já poderão receber a segunda aplicação – o intervalo é de oito semanas. Serão necessárias, então, mais 20 milhões de vacinas para completar o esquema vacinal do público infantil no Brasil.
Da Pfizer, foram encomendadas 20 milhões de doses para imunização das crianças, que serão entregues ao governo federal até março – há a possibilidade de envio pela farmacêutica de 10 milhões de doses adicionais.
Em relação à CoronaVac, o Ministério da Saúde começou a distribuir aos Estados e ao DF os seis milhões de doses que possuía em estoque. A pasta cogita comprar junto ao Instituto Butantan mais 10 milhões de vacinas para destinar às crianças acima de seis anos, mas o contrato ainda não foi assinado.
Baixa procura
A afirmação de Queiroga chega em um momento de baixa procura pela vacinação infantil contra a covid. Levantamento da GloboNews, com base em dados das secretarias estaduais de Saúde, mostra que apenas 18,8% das crianças de cinco a 11 anos receberam a primeira dose até agora.
Queiroga ainda têm sido apontado por não incentivar a imunização dos pequenos, em um alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro, que já deu declarações contrárias à vacinação.
Campanhas publicitárias publicadas nas redes sociais do Ministério da Saúde expõem que a imunização de crianças é para “aqueles que quiserem”. Além disso, orientam que pais e responsáveis procurem um profissional de saúde antes de decidirem pela aplicação das doses contra a covid.
Durante a decisão de incorporar a vacina da Pfizer para a população infantil, a pasta comandada por Queiroga chegou a cogitar a apresentação de atestado médico para a vacinação. A decisão foi criticada por especialistas em saúde e fez com que o ministério voltasse atrás e recomendasse apenas uma autorização de pais e responsáveis por escrito, caso eles não estejam presentes no momento da aplicação da dose.