Uma reunião nesta sexta-feira (21) vai debater a possibilidade de retomada cirurgias eletivas no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Os procedimentos não urgentes foram suspensos na última segunda-feira (17) devido ao crescimento de casos positivos de covid-19.
De acordo com a gerente de atenção à saúde do HUSM, Soeli Guerra, a medida foi tomada para diminuir a possibilidade de pacientes que precisem de cirurgias que não são urgentes, corram o risco de serem infectados pelo coronavírus.
Segundo ela, muitas pessoas que chegam ao hospital por outros problemas acabam descobrindo que também estão com covid, já que é protocolo testar todos os pacientes que internam. Por exemplo, dos 10 leitos de UTI covid do hospital, sete estão ocupados. No entanto, apenas um desses pacientes foi hospitalizado devido à covid. Os outros, com outras doenças, foram levados ao local para isolamento.
Com esse aumento de casos, alas precisam ser isoladas para esses pacientes a fim de evitar a proliferação do vírus. Isso acaba impactando na capacidade de atendimento.
— Um grande número de pacientes chegam ao hospital, confirma positivo para covid e precisa de isolamento. Cada vez que promovemos esse tipo de isolamento, acaba sendo preciso bloquear alguns leitos e acaba dificultando e reduzindo o número de leitos para receber pacientes que podem ter seu tratamento adiado e não se submeter a risco de contaminação por covid — explica Soeli.
Fora as cirurgias de urgência e emergência, apenas procedimentos das áreas de oncologia e cardiologia estão sendo realizados. Soeli destaca que nesses casos, são pacientes que precisam do procedimento para dar continuidade ao tratamento.
— São oncológicos que necessitam fazer a cirurgia para iniciar o tratamento ou ter seu problema resolvido. Ou cardíacas que é em uma situação já agravada, ou aqueles que fizeram um primeiro procedimento e precisam do segundo. Esses foram mantidos por essa necessidade — detalha.
Quase 140 afastamentos
Além disso, o HUSM também tem um número significativo de profissionais afastados por testarem positivo para o coronavírus. Nesta quinta-feira (20), 138 estavam cumprindo isolamento. Embora seja um número alto, segundo Soeli, não chega a afetar ainda o funcionamento, já que o quadro funcional é de 1,5 mil profissionais.
— Vivemos uma situação complicada com relação ao grande número de afastamentos, mas ainda não afetou diretamente a nossa capacidade e a oferta de serviços. Isso porque nem todo mundo de uma especialidade se contamina no mesmo momento — afirma.
Apesar de haver essa reunião para definir sobre a retomada ou não das cirurgias eletivas a partir da semana que vem, a situação é avaliada diariamente com a possibilidade de redefinição de medidas.