O Rio Grande do Sul registrou, nesta quarta-feira (26), 57 mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas. A última vez que o Estado somou tantos óbitos pela doença em um único dia foi em 28 de julho, há quase seis meses.
As mortes por covid-19 incluídas no sistema nesta quarta-feira elevam a média móvel de óbitos para 27,6 (veja o gráfico abaixo). Esse indicador vem crescendo há cerca de duas semanas, como consequência da explosão de casos provocada pela variante Ômicron.
O cálculo de média diária é usado por especialistas e governos para avaliar o comportamento dos dados da pandemia, visto que, em alguns dias da semana, há mais inclusões de dados no sistema do que em outros. A média móvel de mortes desta quarta-feira é a maior desde o dia 10 de novembro de 2021.
— Este aumento de mortes era esperado. Mesmo com a vacina, que gera muita proteção. Quando a gente tem um número tão grande de infectados como agora, ainda que seja uma proporção pequena que morrerá, são muitos óbitos — afirmou, nessa quarta-feira (25), Suzi Camey, professora de epidemiologia e estatística da UFRGS, ao analisar a alta de óbitos.
A integrante do comitê científico que auxilia o governo do Estado na análise da pandemia também destacou que parte das mortes que estão sendo registradas neste momento da pandemia poderia ser evitada se todas as pessoas estivessem vacinadas e se medidas para conter o contágio fossem adotadas.
— Boa parte dessas mortes seria evitável pelo uso da vacina e outras seriam poderiam ser evitáveis se houvesse a tentativa de não disseminar tanto o vírus — acrescentou Suzi, na mesma entrevista.
A média atual de mortes, mesmo com a alta das últimas semanas, ainda representa melhor cenário do que todos os picos anteriores da pandemia. A título de comparação, a média diária de mortes por covid-19 na primeira onda, no inverno de 2020, chegou a 60,1. No pior momento da pandemia, a média diária de óbitos pela doença foi de 302,6. Isto é, as internações e os óbitos estão subindo após a explosão de contágio provocada pela variante Ômicron, mas a alta é menos intensa do que nas ondas anteriores.
Curva de novos casos segue em patamar recorde
Nesta quarta-feira, o Estado também registrou mais 22.026 casos em 24 horas. Isso eleva para 16.204,3 a média diária de casos. Desde o dia 14 de janeiro, a média de novas infecções está no maior patamar da série histórica.