Nesta terça-feira (28), Celso Portiolli revelou um diagnóstico de câncer na bexiga. Em uma publicação nas redes sociais, o apresentador explicou que passou por uma cirurgia em dezembro e que irá passar por mais uma fase do tratamento. Segundo ele, os médicos estimam que as chances de cura são próximas de 100%.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de bexiga atinge as células que cobrem o órgão e é classificado de acordo com a célula que sofreu alteração:
- Carcinoma de células de transição: representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga;
- Carcinoma de células escamosas: afeta as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas;
- Adenocarcinoma: se inicia nas células glandulares (de secreção) que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.
Nos casos em que o câncer atinge somente o tecido de revestimento da bexiga, ele é considerado superficial. Já aquele que se inicia nas células de transição e pode se disseminar através do revestimento da bexiga, invadir a parede muscular e se espalhar até os órgãos próximos, acaba se transformando em um câncer invasivo.
Conforme dados disponibilizados pelo INCA, a incidência estimada conforme a localização primária do tumor foi de 7.590 em homens, em 2020, sendo o sétimo tipo de câncer com maior incidência entre o sexo masculino. Homens brancos e de idade avançada são o grupo com maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer.
Em mulheres, no mesmo ano, a taxa foi de 3.o50 novos casos. O número de mortes foi de 4.517, sendo 3.115 homens e 1.402 mulheres, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer. A probabilidade de cura varia conforme a extensão do câncer e da idade e saúde geral do paciente.
Sintomas
Sangue na urina, dor no momento de urinar, necessidade frequente de ir ao banheiro sem conseguir urinar são alterações que podem dar sinal da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de bexiga pode ser feito por exames de urina e de imagem, como tomografia computadorizada e citoscopia, que consiste na investigação interna da bexiga com câmera e pode ser usada para retirar células para biópsia.
A investigação por meio de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, principalmente entre pessoas pertencentes ao grupo com maior probabilidade de ter a doença, pode ajudar na detecção precoce — uma estratégia para possibilitar maior chance de tratamento, como foi o caso do apresentador.
Tratamento
As opções de tratamento variam de acordo com o grau de evolução da doença. Há três tipos de cirurgia: ressecção transuretral (remoção do tumor por via uretral), cistotectomia parcial (retirada de uma parte da bexiga) ou cistotectomia radical (remoção completa da bexiga, com a construção de um novo órgão para armazenar a urina).
Após a remoção total do tumor, o médico pode administrar a vacina BCG dentro da bexiga para tentar evitar a recorrência da doença, que é o que Celso Portiolli fará nessa próxima fase.
Há ainda a possibilidade de radioterapia, que pode ser adotada nos tumores mais agressivos para tentar preservar a bexiga. A quimioterapia também pode ser ingerida como forma de medicamento ou injetada na veia, ou intravesical, aplicada diretamente na bexiga através de um tubo introduzido pela uretra.
Prevenção
Conforme o INCA, evitar o tabagismo é uma das principais formas de evitar esse tipo de câncer, já que esse fator pode aumentar o risco e está associado à doença em 50 a 70% dos casos.
O órgão também recomenda não se expor aos derivados do petróleo (por exemplo, tintas). A a exposição a compostos químicos, como fumo e poeira de metais, agrotóxico, óleos, entre outros, pode tornar a pessoa mais propensa à doença. Trabalhadores de setores como agricultura, construção, mineração, indústria têxtil, química e farmacêutica podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença.