— É um fato fantástico que mostra o controle da pandemia e a eficácia da vacina — declarou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.
Os dados podem ser revistos, já que alguns óbitos levam mais tempo para serem confirmados, mas a Secretaria Municipal de Saúde considera o fato como simbólico. Em março deste ano, no pior momento da pandemia, a cidade chegou a registrar 387 óbitos em 24 horas, recorde desde o início da pandemia.
— Chegamos a ter a média móvel de 247 óbitos e uma ocupação de 95% dos leitos — relembra Aparecido.
Especialistas apontam que a maior responsável pelo controle da pandemia é a vacina. Hoje, 94,28% da população adulta de São Paulo está vacinada com as duas doses. A cidade também avança com a imunização dos adolescentes de 12 a 17 anos. Toda população desta faixa etária que reside na capital paulista já tomou a primeira dose, de acordo com o boletim da Secretaria Municipal de Saúde.
Apesar de ter começado a vacinar depois de outras grandes cidades do mundo, como Nova York, Berlim e Madri, a capital paulista contou com uma maior adesão da população e conseguiu avançar com a imunização mais rápido.
— A capacidade de vacinação, com a capilaridade do Sistema Único de Saúde (SUS), e a confiança do brasileiro em vacinas, foram essenciais para o estágio atual de controle da pandemia em São Paulo e no Brasil — avaliou Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm).
MENOR PATAMAR
A média móvel de mortes causadas por covid-19 vem em queda na cidade há algumas semanas. Atualmente, São Paulo vive o menor patamar desde o início da pandemia, com a média de mortos em sete dias de 3,86. As internações também caíram e a ocupação de leitos de UTI chegou na quarta-feira a 33% dos 563 em operação.
No pior momento da pandemia, a cidade chegou a ter 1,4 mil leitos de UTI exclusivos para casos graves da doença e 95% ficaram ocupados. A vacinação já estava em andamento, mas somente idosos acima de 70 anos e profissionais de saúde haviam tomado a segunda dose.
CUIDADOS
Apesar da melhora, especialistas não consideram que a pandemia chegou ao fim. Com surtos do vírus observados em outros países e a possibilidade do surgimento de novas variantes, a continuidade de medidas como o uso de máscara, por exemplo, é vista como necessária.
— Esse uso deveria continuar sendo incentivado, já que as máscaras não trazem nenhum prejuízo — disse Renato Kfouri.
Na avaliação do secretário Edson Aparecido, medidas de controle sanitário foram essenciais juntamente com a vacina para o controle da pandemia.
— Hoje, a maior parte das infecções acontece no ambiente familiar, que é onde menos se usa máscara — declarou.
O governo de São Paulo prevê flexibilizar o uso de máscaras em ambientes abertos a partir do início de dezembro. Para que isso ocorra, é necessário que o Estado avance em indicadores que monitoram o controle da pandemia.