Grande parte da população gaúcha (98%) considera os médicos importantes para a sociedade e tem confiança (81,2%) na atuação desses profissionais. É o que mostra uma pesquisa encomendada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) e desenvolvida pelo Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), cujos resultados foram divulgados na quarta-feira (13).
Realizado em julho deste ano, o levantamento teve como objetivo conhecer a percepção dos gaúchos sobre a categoria médica para estabelecer estratégias baseadas nessas evidências, explica o vice-presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade. Foram entrevistadas mil pessoas com mais de 16 anos, de 41 municípios do Rio Grande do Sul.
Segundo Trindade, o resultado que mais chamou a atenção foi o alto nível de confiança (81,2%) da população nos médicos — 27,8% dos entrevistados disseram que confiam muito e 53,4% afirmaram confiar na categoria. Outros 9,6% responderam confiar “nem muito, nem pouco”, 7,4% confiam pouco e 1,6% não confia.
Além disso, 27,9% das pessoas que participaram da pesquisa relataram que, com a pandemia de covid-19, passaram a confiar mais nesses profissionais. Já 59,9% disseram que a confiança se mantém igual, enquanto 11% afirmaram que diminuiu e 1,2% não sabe ou tem dúvidas sobre o assunto.
A maioria dos entrevistados avaliou de forma positiva a atuação dos médicos diante do coronavírus. Para 43,1%, o desempenho desses profissionais foi ótimo e, para 39,2%, bom. Já as avaliações medianas e negativas somaram 16,2%, sendo: 13,8% regular, 1% ruim e 1,4% péssima. Outros 1,5% não souberam responder.
— Vemos esse resultado como um reflexo do aumento da procura pelo sistema de saúde: a população percebeu que, quando precisa, pode contar os médicos. Elas procuraram e viram que podem confiar nesses profissionais, que eles tentaram fazer o máximo durante a pandemia, mesmo com falta de recursos e estrutura — ressalta o vice-presidente.
Análises sobre a pandemia
O levantamento encomendado pelo Cremers também analisou os impactos da pandemia nos hábitos da população e questionou os participantes sobre o que deve ser priorizado pelo Estado: a economia ou a saúde. Neste caso, 51,9% opinaram que as decisões de restrição e isolamento social devem ser tomadas com base na ciência e nas indicações da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas, para 40,1%, as determinações precisam considerar a necessidade econômica do Estado.
Outro importante resultado relacionado à pandemia mostrou que 93,6% dos entrevistados afirmaram que “com certeza” irão se vacinar ou já se vacinaram contra a covid-19. Outros 4% disseram que poderão ou não receber doses dos imunizantes e 2,4% com certeza não irão se vacinar.
Eduardo Neubarth Trindade, vice-presidente do Cremers, esclarece que essa parte da pesquisa foi realizada com o intuito de avaliar como a população percebe a pandemia, seus impactos e as estratégias de combate adotadas. Para ele, os resultados mostram que a população é parceira das estratégias públicas e está convencida da importância delas.
— Precisamos cada vez mais de políticas de esclarecimento para convencer a população sobre regras e orientações. Explicar por que é importante o uso de máscara e a vacinação, apostar em orientações educativas e não apenas dizer o que fazer — defende.
De acordo com o Cremers, a pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.